“12 E tu torna a recebê-lo como às minhas entranhas.” Filemom 1:12
1. Introdução
Após apresentar a transformação de Onésimo, o apóstolo Paulo intensifica seu apelo a Filemom no versículo 12, revelando a profundidade de seu amor e afeição pelo ex-escravo. Ele exorta Filemom a recebê-lo de volta não apenas como um servo, mas como se fosse o próprio Paulo, como “às minhas entranhas”. Essa expressão forte e impactante demonstra o quanto Onésimo havia se tornado querido para o apóstolo, a ponto de considerá-lo como parte de si mesmo.
Assim, para compreendermos a força desse versículo, é crucial analisarmos seus dois elementos principais: primeiramente, o pedido para que Filemom receba Onésimo de volta: “E tu torna a recebê-lo“. Em seguida, a intensidade da afeição de Paulo: “como às minhas entranhas“.
Nesse sentido, o objetivo desta análise é mostrar como o versículo 12 ilustra o amor incondicional e a restauração que o evangelho oferece. Paulo, com sua linguagem apaixonada, busca tocar o coração de Filemom, convidando-o a perdoar e a amar Onésimo da mesma forma que ele o amava.
Portanto, o amor de Cristo, como Paulo demonstra, é a força motriz por trás da reconciliação e da restauração. Ele mesmo experimentou esse amor transformador, que o impulsionou a amar e a servir a todos, independentemente de sua origem ou condição. “Nisto conhecemos o amor: que ele deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a vida pelos irmãos” (cf. 1 João 3:16).
2. “E tu torna a recebê-lo…”: O Apelo à Restauração e ao Perdão
Paulo, com um tom de súplica, exorta Filemom a receber Onésimo de volta. O verbo grego utilizado aqui significa “ter de volta”, “receber de volta” ou “acolher”. Esse pedido, no entanto, não é apenas para que Filemom aceite Onésimo em sua casa, mas para que o restaure em sua comunhão e o perdoe por sua transgressão.
Asim sendo, é importante lembrar que, na cultura da época, um escravo fugitivo era considerado um criminoso, merecedor de punição severa. Paulo, no entanto, não pede a Filemom que ignore a falta de Onésimo, mas que a trate com misericórdia e perdão.
Dessa forma, as Escrituras nos ensinam que o perdão é um elemento essencial do amor cristão. Jesus nos exorta a perdoar uns aos outros, assim como Deus nos perdoou em Cristo. “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (cf. Efésios 4:32).
Em suma, o apelo de Paulo à restauração de Onésimo é um reflexo do coração de Deus, que deseja que todos os pecadores se arrependam e sejam reconciliados consigo. Ao recebermos o perdão de Deus, somos capacitados a perdoar aqueles que nos ofendem, demonstrando o amor e a graça de Cristo em nossas vidas.
3. “…como às minhas entranhas”: A Profundidade do Amor e da Afeição
Paulo, para enfatizar a importância de seu pedido, utiliza uma expressão forte e impactante: “como às minhas entranhas”. Essa frase revela a profundidade de seu amor e afeição por Onésimo, a ponto de considerá-lo como parte de si mesmo. A palavra grega utilizada aqui, splagchnon, refere-se aos órgãos internos, como o coração, os pulmões e os intestinos, que eram considerados a sede das emoções e dos sentimentos.
Ao dizer que Filemom deveria receber Onésimo como “às suas entranhas”, Paulo está demonstrando o quanto ele se importava com o ex-escravo, a ponto de considerá-lo tão valioso e amado como se fosse um membro de sua própria família.
O amor de Paulo por Onésimo é um exemplo poderoso do amor de Cristo, que nos ama incondicionalmente e nos acolhe em sua família. Ao recebermos o amor de Deus, somos capacitados a amar uns aos outros da mesma forma, demonstrando a compaixão e a ternura de Cristo em nossas vidas. “Nós amamos, porque ele nos amou primeiro“ (cf. 1 João 4:19).
4. Conclusão
Nesta análise, aprendemos valiosas lições com Filemom 1:12, que foi escrito em um contexto de necessidade de perdão e restauração. Na expressão “E tu torna a recebê-lo”, Paulo nos ensina (Tópico 2) sobre a urgência e a importância da reconciliação, convidando Filemom a acolher Onésimo de volta à comunhão e a perdoar sua transgressão, refletindo o perdão que Deus nos oferece em Cristo.
Por outro lado, já na expressão “como às minhas entranhas”, Paulo nos mostra (Tópico 3) a profundidade do amor e da afeição que deve existir entre os irmãos em Cristo. Essa frase revela a força do vínculo fraternal, indicando que o ex-escravo havia se tornado parte integrante do coração do apóstolo, a ponto de ser amado incondicionalmente, superando barreiras sociais e revelando a compaixão de Cristo.
Para uma análise mais aprofundada sobre o amor incondicional e a restauração em Filemom 1:12, pode-se consultar o artigo “A Persuasão do Amor: O Apelo de um Pai Espiritual em Cadeias” no link https://palavrafortededeus.com.br/a-persuasao-do-amor-o-apelo-de-um-pai-espiritual-em-cadeias/.
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