LIÇÃO 9: FILHOS DE DEUS E A DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

3º Trimestre de 2025


Título: A Liberdade em Cristo — Vivendo o verdadeiro Evangelho conforme a Carta de Paulo aos Gálatas

Autor: Alexandre Coelho

Comentário: Palavra Forte de Deus

Data: 31 de agosto de 2025


TEXTO PRINCIPAL

“Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa, como Isaque.” (Gl 4.28).


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao se dirigir aos Gálatas como “irmãos”, estabelece um vínculo de parentesco espiritual, buscando dissipar quaisquer dúvidas sobre sua legitimidade como membros da comunidade cristã [Gl 4.28]. Ao enfatizar que eles são “filhos da promessa, como Isaque”, Paulo os conecta diretamente à aliança abraâmica, demonstrando que a filiação divina não se baseia em critérios étnicos ou em obras da Lei, mas sim na fé em Cristo.

Além disso, a comparação com Isaque, o filho da promessa, ressalta a natureza sobrenatural da filiação dos Gálatas. Assim como Isaque nasceu de pais que eram considerados incapazes de conceber, a filiação dos Gálatas é fruto da graça divina, que opera além das limitações humanas. Paulo, portanto, encoraja os Gálatas a valorizarem sua identidade como filhos da promessa, reconhecendo que sua filiação é um dom imerecido de Deus.


RESUMO DA LIÇÃO

Pela fé em Jesus Cristo, somos filhos de Deus e descendência de Abraão.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Ao resumir a lição, Paulo enfatiza a centralidade da fé em Jesus Cristo como o meio pelo qual os crentes se tornam filhos de Deus e herdeiros das promessas feitas a Abraão [Resumo da Lição]. A fé, portanto, não é meramente uma crença intelectual, mas uma confiança ativa e transformadora que nos une a Cristo e nos outorga uma nova identidade.

Ademais, a afirmação de que somos “descendência de Abraão” revela que a salvação em Cristo não é uma inovação radical, mas o cumprimento da promessa divina feita a Abraão séculos atrás. A fé em Jesus, portanto, nos conecta à história da salvação e nos integra à família da fé, que se estende desde Abraão até os confins da terra.


LEITURA DA SEMANA

SEGUNDA — Gl 4.21 Para seguir a Lei, ao menos leia-a
TERÇA — Gl 4.22 Dois filhos, um escravo e outro livre
QUARTA — Gl 4.24 Filhos da servidão
QUINTA — Gl 4.28 Filhos da promessa
SEXTA — Gl 4.29 Os Filhos da promessa são perseguidos
SÁBADO — Gl 5.1 Não se coloque debaixo de servidão


EXPLICAR o argumento que Paulo utilizou para mostrar aos gálatas a diferença entre ser escravo e ser livre;
COMPREENDER as diferenças entre ser filho da escrava e da livre;
MOSTRAR a solução encontrada para o filho da escrava.


INTERAÇÃO

Professor(a), você está gostando do estudo da Carta aos Gálatas? Como seus alunos estão reagindo às exposições? Vamos prosseguir com o estudo e nesta lição estudaremos a respeito da história apresentada por Paulo sobre Ismael e Isaque, os dois filhos de Abraão. Paulo utiliza como exemplo os filhos do patriarca para discorrer a respeito da escravidão e da liberdade, onde a escravidão é a perda da liberdade e da identidade.

Veremos que o apóstolo se esforçou para que os gálatas compreendessem que a liberdade que receberam em Jesus estava sendo colocada em risco por conta da decisão deles de se sujeitarem aos ensinos dos judaizantes. Eles deveriam compreender que, em Cristo, eram livres da guarda da Lei.


ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor(a), reproduza o esquema abaixo e utilize-o para enfatizar o que dispomos como descendência de Adão (escravos) e como filhos de Deus (livres em Cristo).


COMO FILHOS DE ADÃO (ESCRAVOS)

  • Ruína;
  • Pecado;
  • Morte;
  • Separação de Deus;
  • Desobediência;
  • Punição;
  • Lei.

COMO FILHOS DE DEUS (LIVRES EM CRISTO)

  • Salvação;
  • Justiça;
  • Vida eterna;
  • Relacionamento com Deus;
  • Obediência;
  • Libertação;
  • Graça.

TEXTO BÍBLICO

Gálatas 4.21-26.
21 — Dizei-me vós, os que quereis estar debaixo da lei: não ouvis vós a lei?
22 — Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre.
23 — Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas o que era da livre, por promessa,
24 — o que se entende por alegoria; porque estes são os dois concertos, um do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.
25 — Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos.
26 — Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós;


COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO

A lição desta semana é a respeito da história apresentada por Paulo sobre Ismael e Isaque, os dois filhos de Abraão. Ele fala da escravidão e da liberdade, representadas pelos dois filhos, onde a escravidão é a perda da liberdade e da identidade. Os gálatas deveriam compreender que a liberdade que receberam em Jesus estava sendo colocada em risco por conta da decisão deles, de se sujeitarem aos ensinos dos judaizantes.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Ao introduzir a lição, Paulo lança mão da narrativa dos filhos de Abraão, Ismael e Isaque, como uma ferramenta pedagógica para ilustrar a tensão entre a escravidão da Lei e a liberdade em Cristo. A escolha dessa narrativa, rica em simbolismo e significado teológico, demonstra a habilidade de Paulo em conectar as Escrituras do Antigo Testamento com a realidade vivenciada pelos gálatas.

Nesse contexto, ao alertar para o risco que a adesão aos ensinamentos dos judaizantes representa para a liberdade dos gálatas, Paulo explicita o propósito da lição: advertir os crentes contra a tentação de abandonar a graça divina em busca de segurança em regras e rituais. A lição, portanto, convida os gálatas a ponderarem as consequências de suas escolhas e a permanecerem firmes na fé em Cristo.


I. O QUE A LEI DIZ

1. Paulo se vale da história. A fim de reforçar seu argumento, o apóstolo mostra aos gálatas a diferença entre ser escravo e ser livre. Ele começa com a seguinte pergunta: “Dizei-me vós, os que quereis estar debaixo da lei: não ouvis vós a lei” (v.1)? Em outras palavras, “Já que vocês querem viver debaixo da Lei, ao menos vejam o que ela diz”. Então ele partilha a história dos dois filhos de Abraão.

A Palavra de Deus nos informa que Abraão teve diversos filhos além de Isaque e Ismael (Gn 25.1-7), mas somente os dois primeiros são utilizados por Paulo para realizar a comparação necessária. Esses dois filhos e suas histórias estão imersos em um contexto específico, a saber, Ismael nasceu de um arranjo social, e Isaque, da promessa de Deus. No tocante à origem social, um era escravo, e o outro livre, pois a mãe de Ismael era uma serva de Sara, ao passo que Isaque era filho da esposa de Abraão, uma mulher livre.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao questionar os gálatas sobre seu conhecimento da Lei, revela a incoerência de sua busca por justificação através das obras, uma vez que a própria Lei aponta para a necessidade da graça divina [Gl 4.21]. A escolha da história dos dois filhos de Abraão, Ismael e Isaque, como ilustração da escravidão e da liberdade, demonstra a habilidade do apóstolo em utilizar narrativas bíblicas para transmitir verdades teológicas complexas.

Nesse sentido, a distinção entre os nascimentos de Ismael e Isaque – um resultante de um “arranjo social” e outro da “promessa divina” – ressalta a diferença entre a busca por justificação através de esforços humanos e a recepção da salvação pela graça mediante a fé. Paulo, portanto, desafia os gálatas a ponderarem as implicações de sua escolha, alertando-os para o risco de abandonarem a liberdade em Cristo para se submeterem ao jugo da Lei.


2. O significado de ser escravo. No mundo do primeiro século, no Império Romano, a escravidão era bem conhecida. Milhões de pessoas foram feitas escravas por causa de guerras, de dívidas, ou porque nasceram filhos de escravos. O escravo era simplesmente uma pessoa que não tinha direito sobre a própria vida. Sua vida e morte residiam nas mãos do seu proprietário. Trabalhavam sem direito ou garantia alguma, até à morte, ou, em alguns casos, até que o seu senhor lhe concedesse a liberdade, sendo que, neste caso, o escravo agora livre, passava a ser chamado de liberto. Os gálatas conheciam bem essa realidade. Os anos de dominação dos romanos mostravam a vocação que tinham de dominação e de sujeição dos povos conquistados. As tropas romanas situadas nas diversas metrópoles do império estavam lá para lembrar quem eram os senhores e quem eram os vassalos.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao descrever a realidade da escravidão no Império Romano, estabelece um paralelo entre a opressão física e a escravidão espiritual sob o jugo da Lei, demonstrando a universalidade do anseio por liberdade [Gl 4.22]. Ao retratar o escravo como alguém desprovido de direitos e sujeito ao arbítrio de seu senhor, Paulo enfatiza a importância da liberdade em Cristo, que nos liberta do poder do pecado e da condenação da Lei.

A menção à familiaridade dos gálatas com a dominação romana ressalta a relevância da mensagem de Paulo, que lhes oferece uma alternativa à opressão – a liberdade em Cristo. Paulo, portanto, apela para a experiência dos gálatas, convidando-os a reconhecerem a superioridade da liberdade que lhes foi outorgada em Cristo em relação à escravidão da Lei.


3. A busca pela liberdade. Paulo se utiliza da história de Abraão para ilustrar o que os gálatas precisavam saber. Ele é chamado de pai da fé, mas é dele que também procedem os judeus. O patriarca era casado com Sara, e a promessa de ser uma grande nação foi dada a ambos, não somente a Abraão. A genética repassada do patriarca aos seus descendentes seguia uma linha de muitos séculos, onde, por vezes, os hebreus se viram dominados por outros povos. Eles sabiam a importância de serem livres, e no primeiro século não desfrutavam ainda de plena liberdade.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao apresentar Abraão como ancestral tanto dos judeus quanto dos cristãos, busca unificar os gálatas em torno de uma identidade comum, transcendendo as divisões étnicas e religiosas [Gl 4.23]. Ao reconhecer a importância da liberdade para os hebreus, Paulo estabelece um ponto de contato com os gálatas, convidando-os a valorizarem a liberdade que lhes foi outorgada em Cristo.

A menção à ausência de plena autonomia dos judeus no primeiro século ressalta a relevância da mensagem de Paulo, que oferece uma liberdade espiritual que transcende as circunstâncias políticas e sociais. Paulo, portanto, desafia os gálatas a buscarem uma liberdade que não pode ser tomada por nenhum poder terreno – a liberdade em Cristo.


SUBSÍDIO I

“Paulo usa eventos históricos reais para mostrar a diferença entre o antigo concerto e o novo Agar (que teve o primeiro filho de Abraão, Ismael, que não era o filho da promessa de Deus, veja Gn 16) representa o antigo concerto, estabelecido no Monte Sinai (v.25; veja Êx 19.2; 20.1-17). Os filhos de Agar são como aqueles que agora vivem sob o modo de vida do antigo concerto e ‘nasceram segundo a carne’ (v.23).

Em outras palavras, eles representam aqueles que não são ‘nascidos do Espírito’ (Jo 3.8). Sara, a esposa de Abraão, que deu à luz Isaque, o filho da promessa de Deus (veja Gn 21.1-7), representa o novo concerto. Em um sentido espiritual, os seus filhos são os verdadeiros filhos de Deus, gerados ‘segundo o Espírito’ (v.29)”. (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1631).


II. O FILHO DA CARNE E O FILHO DA PROMESSA

1. A carne e seu filho. A comparação que Paulo faz com referência a Ismael, o primeiro filho de Abraão, como sendo o resultado não da fé ou da promessa, mas como sendo um arranjo de uma decisão baseada em um pensamento humano diante da impaciência. A ideia partiu de Sara, que seguiu um costume de sua época, em que uma escrava poderia dar um filho ao seu senhor.

Ninguém poderia negar que Ismael era filho de Abraão. Entretanto, ele representa um arranjo humano, uma forma de antecipar a realização da promessa de Deus. Sempre teremos dificuldades quando tentarmos ajudar Deus a cumprir o que Ele, de bom grado, nos prometeu.

Hagar enquanto estava grávida desprezou sua senhora, e depois Sara ordenou que Hagar fosse embora. Ambas se irritaram e competiram, e Abraão estava nesse fogo cruzado. Uma criança nasceu, mas não segundo a vontade de Deus. Paulo vai, por analogia, dizer que Ismael é o filho gerado pela carne. Ele não faz essa declaração com desprezo, pois seu objetivo é exemplificar aos gálatas a diferença entre confiar na carne e confiar na promessa de Deus.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao contrastar Ismael como “filho da carne” com Isaque como “filho da promessa”, revela a futilidade de tentar alcançar a justificação através de esforços humanos, em vez de confiar na graça divina [Gl 4.24]. A referência ao costume da época, em que uma escrava poderia gerar um filho para seu senhor, demonstra a disposição humana em buscar soluções alternativas, mesmo que estas não estejam em consonância com a vontade de Deus.

Dessa forma, a descrição do conflito entre Sara e Agar ressalta as consequências negativas de tentar “ajudar” Deus a cumprir Suas promessas, gerando discórdia e frustração. Paulo, portanto, adverte os gálatas contra a tentação de confiar em seus próprios esforços para agradar a Deus, em vez de se entregarem à fé em Cristo.


2. A promessa e seu filho. Isaque foi chamado de “filho da promessa”. Apesar da incapacidade de Abraão e Sara de poderem experimentar a paternidade e a maternidade durante décadas, Deus lhes havia feito uma promessa. Abraão seria pai de uma multidão de pessoas, e Sara, a mãe. Sara deu a ideia a Abraão de tomar uma escrava para ser mãe, mas, mesmo assim, Deus não retirou o que havia dito para com a esposa de Abraão, pois a fidelidade do Eterno é inquestionável. Ismael podia ser o mais velho biologicamente, mas ele não estava vinculado à promessa de Deus. Isaque foi dado a Abraão e Sara como garantia de que Deus cumpre o que promete. É à descendência de Isaque, e não de Ismael, que os crentes seriam associados.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao enfatizar que Isaque é o “filho da promessa”, demonstra que a filiação em Deus não é baseada em méritos humanos, mas sim na graça divina manifestada em Cristo [Gl 4.25]. A menção à infertilidade de Abraão e Sara ressalta a impossibilidade humana de cumprir a promessa de Deus, a menos que Ele intervenha de forma sobrenatural.

Dessa forma, a fidelidade de Deus em cumprir Sua promessa a Abraão e Sara serve como garantia para os gálatas de que Ele também cumprirá Suas promessas para com eles, desde que permaneçam firmes na fé em Cristo. Paulo, portanto, encoraja os gálatas a confiarem na fidelidade de Deus, em vez de se deixarem levar por dúvidas e incertezas.


3. O escravo persegue o livre. A Palavra de Deus nos diz que no momento da cerimônia em que Isaque, o filho da promessa, foi desmamado, Ismael zombou dele (Gn 21.8.9). Da mesma forma que Hagar quando engravidou zombou de Sara, Ismael o faz com Isaque. Aqui temos duas lições. A primeira é a do exemplo: crianças aprendem com o que veem e ouvem dos pais. Elas simplesmente reproduzem as atitudes dos pais, mesmo sem entender completamente o que fazem. A segunda lição é a de que quem tem liberdade dentro de casa pode ser perseguido por quem não a tem. Foi o que aconteceu com os gálatas. Nasceram livres, mas estavam sendo colocados debaixo de servidão pelo discurso dos judaizantes. A cena ocorrida séculos antes estava se repetindo.

Os judaizantes também tinham ouvido o Evangelho primeiro, mas por se prenderem a aspectos da Lei mosaica, esqueciam do seu verdadeiro Messias, Jesus, e se colocavam sob escravidão mais uma vez. E agora, estavam induzindo os gentios nesse mesmo caminho.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao evocar o episódio da zombaria de Ismael contra Isaque, estabelece um paralelo entre o conflito familiar do Antigo Testamento e a oposição enfrentada pelos gálatas por parte dos judaizantes, revelando que a dinâmica da perseguição aos filhos da promessa é um padrão recorrente na história da salvação [Gl 4.29]. A atitude de Ismael, motivada pelo ciúme e pela inveja, prefigura a hostilidade daqueles que rejeitam a graça divina em relação aos que a acolhem de coração.

Nesse sentido, ao destacar a influência dos pais no desenvolvimento moral e espiritual dos filhos, Paulo sublinha a responsabilidade dos líderes religiosos em transmitirem um legado de fé autêntica e liberdade em Cristo, em contraposição a um legalismo opressor que escraviza a mente e o coração. A insistência dos judaizantes em impor a Lei Mosaica aos gálatas demonstra uma incompreensão da essência do Evangelho, transformando a fé em um fardo insuportável.

Diante disso, a exortação de Paulo aos gálatas para que resistam à influência dos judaizantes ecoa o chamado à vigilância e ao discernimento espiritual, alertando-os para os perigos de se deixarem seduzir por falsos ensinamentos que desvirtuam a mensagem da graça e da liberdade em Cristo. A história de Ismael e Isaque, portanto, serve como um lembrete constante da necessidade de se manter firme na verdade do Evangelho, a fim de não se tornar presa fácil das artimanhas do legalismo.


III. A SOLUÇÃO PARA ESSE CONFLITO

1. Lança fora a escrava e seu filho. Sara ofereceu Hagar a Abraão para que ela pudesse ser mãe. Abraão não questionou a ideia da esposa. Hagar engravidou e desprezou Sara, que mandou a escrava embora. Hagar encontrou um anjo no caminho que a ordenou que voltasse para se humilhar diante de Sara. Todos, exceto o anjo, agiram sem pensar.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao descrever a expulsão de Agar e Ismael, demonstra a necessidade de romper com tudo aquilo que nos impede de desfrutar plenamente da liberdade em Cristo [Gl 4.30]. A referência à impulsividade de Sara e Abraão ressalta a importância de buscar a direção de Deus em todas as decisões, em vez de agir precipitadamente.

Assim sendo, a intervenção do anjo, que instrui Agar a retornar e se humilhar diante de Sara, aponta para a necessidade de reconhecer a autoridade da graça divina e de se submeter à vontade de Deus. Paulo, portanto, desafia os gálatas a abandonarem a arrogância e a se humilharem diante de Deus, a fim de receberem a plenitude de Sua graça.


2. Somos filhos da livre. Ao qualificar Ismael como filho da carne, Deus não lhe privou de bênçãos, mas não deu a ele as mesmas que deu a Isaque (Gn 21.13).

As palavras de Sara nos mostram a consequência de uma inimizade, e ao mesmo tempo, uma solução para os gálatas: Eles deveriam lançar fora os judaizantes e seus ensinos, e viverem como verdadeiros filhos de Abraão segundo a promessa de Deus. Por qual motivo? Os gálatas eram, da mesma forma que Isaque, filhos da promessa: “De maneira que, irmãos, somos filhos não da escrava, mas da livre” (Gl 4.31).


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao declarar enfaticamente que os cristãos são “filhos da livre”, reafirma a preeminência da filiação em Cristo sobre a escravidão da Lei, sublinhando que a verdadeira herança espiritual reside na promessa da graça divina, e não no jugo das obras [Gl 4.31]. A distinção entre as bênçãos concedidas a Ismael e Isaque, por sua vez, lança luz sobre a disparidade entre as bênçãos terrenas e as bênçãos celestiais, estas últimas reservadas exclusivamente aos filhos da promessa.

Sendo assim, a exortação de Paulo aos gálatas para que rejeitem veementemente os judaizantes e seus ensinamentos falaciosos adquire um tom de urgência, conclamando-os a salvaguardar a pureza do Evangelho e a permanecerem inabaláveis na fé em Cristo. Ao fazê-lo, Paulo os desafia a viverem em consonância com sua identidade como filhos da promessa, desfrutando da plenitude da graça divina e testemunhando o poder transformador do Evangelho em suas vidas.


3. Não tornem a ser escravizados. Paulo nos dá duas ordens aqui: Estejam firmes na sua liberdade, e não se coloquem debaixo de servidão. Na primeira observação, ele ordena que a liberdade que receberam em Cristo seja defendida a todo custo. Na segunda, ele aponta que era possível os gálatas serem escravizados, não por uma força militar externa, ou como despojo de guerra, ou por causa de uma dívida, coisas comuns para a escravidão naquela época. O que Paulo mostra é que os gálatas estavam se sujeitando voluntariamente à perda da liberdade. Por isso ele diz que eles não se sujeitem à escravidão que a Lei e os judaizantes estavam lhes imprimindo.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao exortar os gálatas a permanecerem firmes na liberdade e a resistirem à tentação de se tornarem escravos novamente, revela a natureza paradoxal da liberdade cristã, que, embora seja um dom gratuito da graça divina, exige vigilância constante e um compromisso contínuo com a verdade do Evangelho [Gl 5.1]. A advertência contra a escravidão voluntária, por sua vez, lança luz sobre a sutileza das artimanhas do legalismo, que se disfarça de piedade e zelo religioso, mas, na realidade, aprisiona a alma e impede o florescimento da vida abundante em Cristo.

Em vista disso, a insistência de Paulo em que os gálatas se conscientizem de que a ameaça à sua liberdade não provém de forças externas, mas sim de sua própria predisposição a se submeterem a um sistema de opressão espiritual, adquire um tom profético, alertando-os para o perigo de se tornarem agentes de sua própria ruína.

A exortação de Paulo, portanto, ecoa o chamado à humildade e ao discernimento, desafiando os gálatas a avaliarem, com honestidade e coragem, as motivações que os impulsionam em sua jornada de fé, a fim de não trocarem a liberdade gloriosa dos filhos de Deus pela escravidão disfarçada do legalismo.


SUBSÍDIO II

Professor(a), explique que receber a Lei de Deus foi um dos aspectos mais importantes da experiência dos judeus.


CONCLUSÃO

A comparação que Paulo faz sobre Ismael e Isaque foi esclarecedora para os gálatas e o deve ser também para nós. Pode haver dois filhos, mas só um era de acordo com a promessa. Em Jesus, somos filhos da promessa de Deus a Abraão, e não dependemos da Lei para ser conduzidos a Deus. Por fim, cabia aos gálatas entenderem que não deveriam se colocar debaixo de um jugo de servidão, pois deixariam de ser livres em Cristo para serem servos da carne.


Comentário Palavra Forte de Deus:

Paulo, ao concluir sua exposição, reafirma a relevância da comparação entre Ismael e Isaque para a compreensão da mensagem central da Carta aos Gálatas: a justificação pela fé em Cristo, em contraposição à busca por justificação por meio das obras da Lei Ao enfatizar que somente um dos filhos de Abraão era herdeiro da promessa, Paulo destaca a exclusividade do caminho da graça, que não admite sincretismos ou atalhos.

Ademais, ao exortar os gálatas a não se colocarem debaixo de um jugo de servidão, Paulo explicita as consequências desastrosas da apostasia, que culmina na perda da liberdade em Cristo e na escravidão à carne, ou seja, aos desejos pecaminosos e às paixões desordenadas. A conclusão da lição, portanto, ressoa como um chamado à perseverança na fé e à vigilância contra os falsos mestres que buscam desviar os crentes do caminho da verdade.

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