LIÇÃO 4 – DAVI: AMIGO FIEL – 2º TRIMESTRE DE 2025
TEXTO PRINCIPAL
“O homem que tem muitos amigos pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão.” (Pv 18.24)
Comentário: Este provérbio declara a raridade da amizade verdadeira. Contrário à abundância de conhecidos, o provérbio destaca a singularidade de um amigo leal, comparando-o a um irmão. Ele sugere que a qualidade supera a quantidade, pois um amigo íntimo oferece apoio incondicional e lealdade. Assim, o texto convida a valorizar e cultivar amizades profundas, que resistem ao tempo e às provações. Davi e Jônatas personificam essa verdade, superando barreiras para manter sua amizade. Portanto, este versículo serve como um guia atemporal para buscar e nutrir relacionamentos que transcendam a superficialidade e se tornem fontes de força e consolo.
RESUMO DA LIÇÃO
O relacionamento entre Davi e Jônatas apresenta um grande exemplo de uma amizade inspiradora e edificante.
Comentário: Este resumo condensa a essência da lição. O vínculo entre Davi e Jônatas exemplifica uma amizade que motiva e enriquece. Além disso, ele destaca a importância de cultivar laços que elevem e fortaleçam. O resumo nos lembra que a amizade verdadeira não se limita a momentos agradáveis, mas se manifesta no apoio mútuo e na lealdade. Dessa forma, este resumo nos desafia a buscar em nossos relacionamentos a inspiração e a edificação que encontramos na história de Davi e Jônatas.
METAS
CONSIDERAR a amizade inspiradora de Davi e Jônatas;
EVIDENCIAR os aspectos de uma amizade edificante;
DIMENSIONAR os perigos das amizades virtuais.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), ao estudarmos a amizade entre Davi e Jônatas, nos deparamos com uma questão muito delicada e pouco comentada: “Como Jônatas deveria reagir e se relacionar com o pai diante de tantas diferenças?” Mostre que ele continuou honrando o pai, apesar das divergências. Infelizmente, entre os jovens, há uma tendência adiante de qualquer discordância com os pais, iniciar discussões.
Estimule uma conversa buscando listar formas de lidar com os pais em momentos de discordância sem faltar com o princípio de honrá-los (Ef 6.2). É interessante que, nessa lição onde falamos de amizades e relacionamentos, possamos fazer esse paralelo com a relação “pais e filhos”. Nos pais encontramos nossos primeiros relacionamentos e aprendemos como é querer bem ao próximo.
TEXTO BÍBLICO
1 Samuel 18.1-6
1 E Sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jónatas se ligou com a alma de Davi, e Jônatas o amou como à sua própria alma
2 E Saul, naquele dia, o tomou e não lhe permitiu que se tornasse para casa de seu pai.
3 E Jônatas e Davi fizeram aliança porque Jônatas o amava como à sua própria alma
4 E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto
5 E saía Davi aonde quer que Saul o enviava e conduzia-se com prudência e Saul o pôs sobre a gente de guerra, e era aceito aos olhos de todo o povo e até aos olhos dos servos de Saul.
6 Sucedeu, porém, que, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e em danças, com adufes, com alegria e com instrumentos musicais.
INTRODUÇÃO
Esta lição aborda a amizade, focando na história de Davi e Jônatas. Jessé gerou Davi, que cresceu pastoreando ovelhas. Saul gerou Jônatas, que foi educado na corte, preparado para a guerra e para o poder. Em comum, eles temiam a Deus, mantinham a fidelidade aos seus princípios e cultivavam uma amizade inspiradora. Devemos saber escolher nossas amizades e companhias, pois elas exercem grande influência sobre nossas vidas. Este será o fio condutor de nossas reflexões. Bons estudos.
Comentário: A introdução estabelece a finalidade da lição, centrando-se na amizade exemplar entre Davi e Jônatas. Ao contrastar as origens de Davi, um pastor de ovelhas, com as de Jônatas, um príncipe educado na corte, a introdução já prediz a singularidade dessa relação. A afirmação de que ambos “temiam a Deus” serve como um ponto crucial, indicando que a base da amizade deles transcendia as diferenças sociais e culturais. O termo “temor a Deus” revela que não se trata apenas de medo ou reverência, mas de um profundo respeito pela santidade e soberania de Deus, que se manifesta em obediência e busca por sua vontade.
I – UMA AMIZADE INSPIRADORA
1 – Quem era Jônatas? Jônatas entra em cena (1 Sm 13.3) como um comandante de tropas do exército de Israel, mas pouco se sabe sobre sua infância. No entanto, podemos imaginar como ela foi: nascido na corte, filho do rei, cercado de privilégios e educado da forma mais assertiva para os futuros desafios de um possível rei. Ele era um guerreiro ousado e corajoso, tendo participação decisiva em muitos conflitos e trazendo vitórias importantes para o reino (1 Sm 14.1-15).
Nessa altura, Jônatas era uma unanimidade em Israel, sendo admirado e naturalmente pretendido por muitos como sucessor de Saul. Algo que nos chama a atenção é o fato de que a fé, o caráter, as qualidades, a bondade e o senso de justiça encontrados em Jônatas contrastam de forma impressionante com a ausência desses destaques em seu pai, o rei Saul. Mesmo sendo diferente do rei em muitos aspectos, Jonatas foi fiel ao seu pai até o fim quando, juntos, tombaram no campo de batalha.
Mesmo quando apoiava e socorria Davi, sempre buscou honrar o pai e convencê-lo de que no belemita não havia uma ameaça, mas sim, um forte e fiel aliado. Um detalhe importante para conhecermos melhor Jônatas pode ser observado a partir do momento em que perceberam em Davi o ungido do Senhor. Enquanto Saul se revoltou profundamente e começou a prossegui-lo com intenção de vê-lo morto, Jônatas aceitou honradamente o direito de Davi ao trono. O filho de Saul percebeu nitidamente a realidade que estava diante de seus olhos (1 Sm 18.1-4).
Comentário: Este segmento apresenta Jônatas, destacando seu caráter e sua lealdade. Ele descreve Jônatas como um guerreiro corajoso e um líder admirado. Além disso, ele ressalta o contraste entre Jônatas e seu pai, Saul, enfatizando a fé e o senso de justiça de Jônatas. Este parágrafo nos mostra que a amizade de Jônatas com Davi se baseava em valores nobres e em um reconhecimento do propósito de Deus.
Ao compreender a trajetória de Jônatas, podemos vislumbrar como sua integridade e discernimento pavimentaram o caminho para uma amizade tão profunda e significativa com Davi. Sua capacidade de reconhecer o ungido de Deus, mesmo que isso significasse abrir mão de suas próprias ambições, demonstra um caráter excepcional que serve de inspiração para todos nós.
2 – Saul ou Davi, eis a questão! A sucessão de eventos na vida de Jônatas tomou um rumo bastante desafiador. À medida em que a amizade com Davi se fortalecia, sua relação com o pai ficava delicada. Davi era cada vez mais reconhecido e celebrado, já Saul, corroído pelos ciúmes, colhia os frutos de sua negligência e rebeldia para com o Senhor. Diante da postura intolerante e ameaçadora de Saul contra o seu amigo Davi, Jônatas foi obrigado a fazer uma escolha reconhecendo Davi como o ungido do Senhor (1 Sm 23.17), passou a apoiá-lo abertamente.
Diante de seu pai, Saul defendeu Davi e conseguiu atenuar, ainda que por pouco tempo, as intenções do pai em matá-lo. Preocupava-se com o seu amigo, visitando-o e acolhendo-o. Jônatas era um grande amigo de Davi em todos os momentos, inclusive nas adversidades (Pv 17.17. 1 Sm 21 a 31). Vale destacar que, embora Jônatas fosse amigo de Davi, não traiu o seu pai, nem conspirou contra ele, ficando ao seu lado até o fim, quando ambos morreram no campo de batalha no monte Gilboa (1 Sm 31.1-6): Jonatas, morto pelos inimigos. Saul, lançando-se sobre a própria espada.
Comentário: Este trecho explora o dilema de Jônatas, dividido entre sua lealdade ao pai e sua amizade com Davi. Ele descreve como Jônatas reconheceu Davi como o ungido do Senhor e passou a apoiá-lo, mesmo diante da oposição de Saul. A lição ressalta que Jônatas não traiu seu pai, mas permaneceu ao seu lado até o fim.
Assim, a lição nos ensina sobre a importância de equilibrar a lealdade e a amizade, mantendo a integridade e o respeito. A capacidade de Jônatas de navegar nesse complexo cenário de relações, honrando tanto seu pai quanto seu amigo, demonstra um caráter íntegro e uma sabedoria rara. Sua atitude nos desafia a buscar soluções que conciliem diferentes lealdades, sem comprometer nossos princípios e valores.
3 – Uma amizade que não foi esquecida. O início do reinado de Davi foi marcado por muitas guerras e disputas territoriais. Com o passar do tempo, já com o reino unificado (2 Sm 5.1-4), os inimigos foram sendo vencidos e iniciou um tempo de estabilidade, prosperidade e progressiva paz (2 Sm 7.1). Em um tempo em que Davi poderia usufruir de suas conquistas, mais uma vez demonstrou o seu valoroso coração ao lembrar da aliança feita com seu amigo Jônatas muitos anos antes (1 Sm 20.15 e 42). Davi busca saber se havia algum descendente de seu amigo para agir com bondade, retribuir a amizade recebida nos anos passados e cuidar da sua família (2 Sm 9.1).
Comentário: Este fragmento destaca a fidelidade de Davi à sua amizade com Jônatas, mesmo após a morte deste. Ele descreve como Davi lembrou da aliança que eles fizeram e buscou um descendente de Jônatas para mostrar bondade e retribuir a amizade. O parágrafo ressalta que Davi valorizou a amizade de Jônatas e honrou sua memória.
Assim, a lição nos ensina sobre a importância de manter a fidelidade às nossas amizades, mesmo após a morte de nossos amigos. O gesto de Davi de honrar sua aliança com Jônatas, mesmo em um momento de triunfo e prosperidade, demonstra a profundidade de seu apreço pela amizade e sua integridade em cumprir seus compromissos. Sua atitude nos inspira a valorizar e honrar as amizades que marcaram nossas vidas, demonstrando gratidão e lealdade àqueles que nos apoiaram e nos amaram.
SUBSÍDIO 1
Professor(a), explique que “as verdadeiras amizades não cedem às conveniências ou pressões do momento Amigo que muda de lado facilmente, ao sabor dos seus interesses, não é amigo verdadeiro. A amizade de Rute e Noemi mostrou-se realmente profunda e surpreendente. Salomão escreveu O amigo ama em todos os momentos é um irmão na adversidade (Pv 17.17-NVII). No período da monarquia judaica, temos o belo exemplo da amizade entre Davi e Jônatas (1 Sm 18.1) a despeito da fúria do rei Saul A disposição de Jónatas em ser amigo de Davi mostrou-se mais forte que as injustas investidas do seu pai (1 Sm 20:1-4). Rute também estava disposta a enfrentar toda e qualquer dificuldade em nome do sentimento que devotava a Noemi. As expressões ‘onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu e ‘onde quer que morreres, morrerei eu (Rt 1.16.17) demonstram o grau de companheirismo e comprometimento da jovem moabita, que não ficou somente em palavras, mas transformou-se em atitudes concretas por toda a vida Em dias de tanto individualismo, uma reflexão que precisamos fazer é quanto ao nível de nossos relacionamentos. O sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017), que muito escreveu sobre modernidade líquida costumava apontar para as fragilidades das amizades atuais que são tão múltiplas e mostram-se tão ‘quentes no ambiente virtual, mas que são tão poucas e incrivelmente frias na vida real. O tipo de companheirismo e comprometimento de Rute às vezes não é visto nem mesmo no ministério da igreja. O cristão tem o imperativo de amar uns aos outros (Jo 13:34), combustível indispensável para amizades verdadeiras e duradouras”
(QUEIROZ, Silas. O Deus que Governa o Mundo e Cuida da Família Rio de Janeiro CPAD 2024 pp 39-40)
II – AMIZADES QUE EDIFICAM
1 – Uma amizade que agradou ao Senhor. A amizade entre Davi e Jônatas nos ensina lições preciosas. Ela foi uma amizade que agradou ao Senhor, sendo edificante para ambos, permitindo que muitas vidas fossem abençoadas e estava em conformidade com a vontade de Deus. Essa amizade transcende a esfera pessoal e, pelo significado e relevância, se tornou em um verdadeiro compromisso com Deus. Quando buscamos amizades dentro dos padrões bíblicos, somos levados a uma verdadeira edificação em diversos sentidos, desde afetivos, psicológicos, espirituais, entre outros. A Bíblia nos traz muitos exemplos, fiquemos com dois: Noemi e Rute com sua comunhão, companheirismo e fé (Rt 1.16); Paulo e Silas com a unidade de propósitos em prol da obra missionária (At 15.40-41).
Comentário: Esta passagem ressalta que a amizade de Davi e Jônatas agradou a Deus e foi edificante para ambos. Ele destaca que essa amizade se tornou um compromisso com Deus e transcendeu a esfera pessoal. Além disso, ele cita os exemplos de Noemi e Rute, Paulo e Silas, como modelos de amizades que edificam.
A lição nos ensina que devemos buscar amizades que estejam em conformidade com a vontade de Deus e que nos edifiquem em todos os sentidos. Ao buscarmos amizades que se alinhem com os princípios bíblicos, abrimos espaço para o crescimento mútuo, o encorajamento e o fortalecimento espiritual. As amizades que agradam a Deus são aquelas que nos inspiram a buscar a santidade, a servir ao próximo e a cumprir o propósito que Ele tem para nossas vidas.
2 – A força da amizade verdadeira. A Palavra de Deus nos revela que “aquele que tem muitos amigos, pode congratular-se, mas há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24). Se alguém diz que tem muitos amigos, talvez não tenha nenhum. Ao longo da vida, vamos estabelecendo muitos contatos e criando vínculos com diversas pessoas.
Mas quantas podemos chamar de amizade verdadeira? Davi e Jônatas nos ensinam as bases nas quais podemos construir amizades saudáveis e que nos ajudarão a cumprir com os propósitos divinos para nossas vidas. Eles não permitiam que nada se colocasse entre eles, nem mesmo os problemas familiares: nos momentos difíceis, se aproximaram ainda mais e permaneceram amigos até o fim.
A amizade entre Davi e Jônatas era tão sólida que os levou a firmarem uma aliança (1 Sm 20.16-17) que perdurou por anos e foi honrada por Davi mesmo muito tempo após a morte de Jônatas. Quem são as pessoas próximas a nós que podemos chamar de amigos verdadeiros? Elas passam no filtro apresentado acima?
Comentário: Esta seção define a amizade verdadeira e ressalta sua força. Ele destaca que Davi e Jônatas construíram uma amizade saudável, que os ajudou a cumprir os propósitos de Deus. Além disso, ele enfatiza que a amizade deles era tão sólida que os levou a firmar uma aliança. A lição nos desafia a identificar quem são nossos amigos verdadeiros e se eles passam no filtro apresentado.
A amizade verdadeira transcende a superficialidade e se manifesta no apoio mútuo, na lealdade e no compromisso. Assim como Davi e Jônatas, devemos buscar amigos que nos inspirem a cumprir os propósitos de Deus para nossas vidas e que permaneçam ao nosso lado nos momentos de alegria e de dificuldade.
3 – O cristão e as amizades. Somos uma média das pessoas com quem andamos. Se andarmos com pessoas sábias, agregaremos sabedoria (Pv 13.20). Se andarmos com pessoas descomprometidas com a vida, amargaremos frustrações e insegurança (1 Co 15.33-34). O cristão deve ter bons critérios na hora de se relacionar (Ec 4.10). Ter amigos que compartilham de valores nobres é sempre um convite ao desenvolvimento saudável. A amizade com pessoas que seguem fielmente a Cristo é um convite ao mútuo crescimento espiritual e ao fortalecimento em Deus.
Comentário: Este segmento adverte sobre a importância de escolher bem nossas amizades. Ele destaca que somos influenciados pelas pessoas com quem andamos. Além disso, ele ressalta que o cristão deve ter bons critérios na hora de se relacionar e buscar amigos que compartilhem de valores nobres. O parágrafo nos ensina que devemos buscar amigos que nos ajudem a crescer espiritualmente e a nos fortalecer em Deus.
A escolha de nossas amizades tem um impacto significativo em nosso desenvolvimento pessoal e espiritual. Ao nos cercarmos de pessoas que compartilham de nossos valores e que buscam a Deus, criamos um ambiente propício para o crescimento mútuo e o fortalecimento de nossa fé.
SUBSÍDIO 2
“A amizade que Jesus nutre para com os três irmãos, Lázaro, Marta e Maria, é um exemplo de valor para que tenhamos amizades sinceras. No caso desses três irmãos, a amizade tinha um caráter especial, porque Jesus era o amigo que eles precisavam em todas as circunstâncias de suas vidas. Todos sabemos que a amizade é um dos bens mais preciosos que uma pessoa pode usufruir em sua vida. As lições que aprendemos com a família de Marta, Maria e Lázaro ao hospedar Jesus e seus discípulos são da maior importância para o contexto da vida cotidiana. Tanto Lucas quanto João relatam em seus Evangelhos um pouco da história dessa família que recebe Jesus em seu lar. Naturalmente, não era somente essa família que recebe Jesus com atenção e hospitalidade, mas no caso de Marta, Maria e Lázaro, a história ganha um sentido especial A amizade de Jesus com essa família era um conforto especial porque seus irmãos, por não compreenderem a sua missão, o rejeitavam e o criticavam. Na última semana antes da sua morte, foi nessa casa que Jesus foi confortado e encontrou amizade sincera. O texto bíblico diz que Jesus e seus discípulos estavam de caminho para Jerusalém indo para a Festa da Dedicação dos judeus. Jesus aproveitou a oportunidade da viagem para visitar seus amigos na vila de Betânia. Na verdade, os três irmãos haviam descoberto em Jesus a resposta a todas as suas dúvidas, e entenderam que a sua relação com Ele deveria ser algo mais que mera relação social de hospitalidade. Entenderam que Jesus deveria ser recebido em sua casa com muito mais fidalguia do que um hóspede importante Eles viam em Jesus um verdadeiro amigo da família. Havia nessa amizade um elemento mais forte do que mera religiosidade, pois Jesus, o Filho de Deus, era real e estava em sua casa. (CABRAL Elienai Relacionamentos em Família. Rio de Janeiro CPAD 2023, pp. 219-223)
III – AMIZADES VIRTUAIS
1 – A fragilidade das relações virtuais. Nas telas, podemos nos conectar com um número praticamente incalculável de pessoas em todo o mundo. Desde um grupo de “amigos” mais seleto em aplicativos até uma imensidão de seguidores difícil de mensurar, nas redes sociais, os relacionamentos virtuais, independente de seus claros benefícios na comunicação, são fortemente provocadores da fragilidade nas relações humanas.
Entre os fatores que levam a essa fragilidade, temos a ilusão de intimidade (uma armadilha para os mais vulneráveis); os relacionamentos superficiais (um campo fértil para relações falsas), a solidão (um vazio existencial em meio à multidão), o distanciamento da realidade (uma visão desconexa e enviesada do real) a idealização da imagem corporal (uma frustração com o próprio corpo levando a desconfortos psíquicos), os problemas emocionais (um reflexo das distorções de conceitos diante da ausência de vínculos saudáveis), os perigos (um campo aberto à fake news, fraudes, perseguições e bullying) entre outros.
Os amigos virtuais não conseguem suprir necessidades naturais do ser humano e, por isso, a prevalência desse tipo de relação é sempre insuficiente. Essas relações frágeis enfraquecem a capacidade de lidar com as complexidades humanas pois promovem uma ilusão de estarmos sempre acompanhados e amparados enquanto, na verdade, estamos carentes da presença humana.
Comentário: Este fragmento alerta sobre a fragilidade das relações virtuais. Ele destaca que, apesar dos benefícios da comunicação online, as relações virtuais podem levar à ilusão de intimidade, à solidão e ao distanciamento da realidade. Além disso, ele adverte sobre os perigos de fake news, fraudes e bullying. A lição nos ensina que as relações virtuais não conseguem suprir as necessidades naturais do ser humano e que devemos buscar relações presenciais para desenvolvermos nossa capacidade de lidar com as complexidades humanas.
Embora as relações virtuais possam ser úteis para manter contato com pessoas distantes e para compartilhar informações, elas não substituem a profundidade e a intimidade das relações presenciais. Devemos estar conscientes dos perigos das relações virtuais e buscar um equilíbrio saudável entre o mundo online e o mundo real.
2 – Comportamento de rebanho. Um conceito bastante conhecido no mundo dos negócios também pode ser percebido ao observarmos os efeitos das relações virtuais e seus perigos: falamos sobre o comportamento de rebanho, também conhecido como “efeito manada”. Diante da nossa necessidade de nos socializarmos, somos constantemente acessados por pessoas sem princípios que buscam manipular os despercebidos submetendo-os às suas intenções maldosas (Tg 1.8).
Isso acontece tanto nos ambientes virtuais quanto nos espaços físicos como escola, trabalho, entre outros. No comportamento de rebanho, somos induzidos a negar nossos pensamentos e intenções para aceitar aquilo que é proposto em um grupo idealizado pelos manipuladores (1 Jo 2.15; Tg 4.4).
Nesse momento, somos levados a uma postura de “pensadores de pensamentos alheios “Os prejuízos do “comportamento de rebanho têm sido alarmantes: perda da capacidade de raciocinar e agir por si mesmos, necessidade de suprir carências que não são reais, propensão a comportamentos distorcidos e práticas pecaminosas: afastamento dos objetivos de vida, esfriamento na fé, entre outros tantos.
Comentário: Este trecho adverte sobre o perigo do “comportamento de rebanho” nas relações virtuais. Ele destaca que pessoas sem princípios podem manipular os outros, levando-os a negar seus próprios pensamentos e intenções. Além disso, ele ressalta que o “comportamento de rebanho” pode levar à perda da capacidade de raciocinar e agir por si mesmo, à propensão a comportamentos distorcidos e ao afastamento da fé.
A lição nos ensina que devemos ser críticos e questionadores nas relações virtuais, para não sermos manipulados por outros. Ao estarmos conscientes dos mecanismos de manipulação presentes nas relações virtuais, podemos proteger nossa individualidade, fortalecer nossa fé e tomar decisões mais conscientes e alinhadas com nossos valores.
3 – Identidades em crise. Com o passar dos anos, as mudanças e transformações culturais, sociais e filosóficas vêm contribuindo para a criação dos conflitos entre as gerações. Os jovens são frutos de um mundo diferente daquele em que seus progenitores foram criados. Diante de tantas transformações é vital o diálogo para um entendimento de que certos valores não prescrevem e assim possamos ter nas novas gerações a consciência de uma continuidade dentro dos propósitos divinos.
A falta desse diálogo tem causado crises de identidade e levado muitos jovens a se sentirem perdidos e incapazes de interagir positivamente em um universo tão dinâmico. Esse quadro tem gerado uma série de efeitos indesejados, entre eles, ansiedade, depressão e desvalorização de si mesmo. A identidade do jovem cristão se fortalece a partir de sua relação com o Senhor e com o seu semelhante. A relação com Deus é um reflexo natural do ato da criação do homem por Deus (Gn 1.27) levando-o a uma responsabilidade ao agir no mundo e cumprir sua missão.
Comentário: Esta passagem aborda as crises de identidade que afetam os jovens na sociedade contemporânea. Ele destaca que as transformações culturais, sociais e filosóficas contribuem para os conflitos entre as gerações. Além disso, ele ressalta que a falta de diálogo e a ausência de valores sólidos podem levar os jovens a se sentirem perdidos e incapazes de interagir positivamente no mundo.
O parágrafo nos ensina que a identidade do jovem cristão se fortalece a partir de sua relação com o Senhor e com o seu semelhante. Em um mundo em constante mudança, é fundamental que os jovens cristãos encontrem sua identidade em Cristo e se fortaleçam em seus valores e propósitos. Ao se conectarem com Deus e com sua comunidade, eles podem desenvolver um senso de pertencimento e propósito que os capacite a enfrentar os desafios da vida com confiança e esperança.
SUBSÍDIO 3
“É necessário saber utilizar o trigo, desprezando o joio dos meios de comunicação, ou aproveitar o peixe e jogar fora as espinhas. Temos o direito de examinar tudo o que ocorre em nosso redor, mas só temos o dever de reter, ou aproveitar, o bem, ou o que é bom, útil edificante e desejável para a vida do servo ou da serva de Deus (1 Co 6.12: 10.23). Nem tudo é lixo nos meios de comunicação. Há muita coisa útil até mesmo para a vida cristã Hoje, na Internet, encontram-se inúmeros sites que disponibilizam estudos bíblicos e mensagens que, antes, ficavam ao alcance apenas dos professores, nas escolas teológicas, ou dos pastores, nos púlpitos” (LIMA, Elinaldo Renovato de Perigos da Pós-modernidade Rio de Janeiro CPAD, 2007 p.166)
CONCLUSÃO
Sem dúvida nenhuma, Jesus é o maior amigo que podemos ter. O Mestre deu sua vida para nos salvar e jamais nos desampara nos desafios da vida. Ao longo dos Evangelhos, somos agraciados com exemplos maravilhosos deixados por Jesus acerca da verdadeira amizade. Sigamos tais exemplos e sejamos, a todo tempo, amigos edificantes e canais da bênção na vida dos que conosco caminham.
Comentário: A conclusão reitera a mensagem central da lição: a importância da amizade verdadeira e edificante. Acima de tudo, Jesus é o maior amigo que podemos ter. A conclusão nos encoraja a seguir os exemplos de Jesus e a sermos amigos edificantes para aqueles que caminham conosco.
Ao agirmos assim, seremos canais de bênção na vida de nossos amigos e glorificaremos a Deus com nossas vidas. Em Jesus, encontramos o modelo perfeito de amizade, aquele que nos ama incondicionalmente, que nos perdoa e que nos guia em todos os momentos. Ao nos espelharmos em seu exemplo, podemos construir relacionamentos saudáveis, duradouros e que glorifiquem a Deus.
REVISÃO
1- Diante da amizade com Davi, qual a postura de Jonatas com Saul?
Jonatas foi fiel ao seu pai até o fim. Mesmo quando apoiava e socoma a Davi, sempre buscou honrar o pa e convencê-lo de que no belemita não havia uma ameaça, mas sim um forte e fiel aliado
2- Que lições aprendemos a partir da amizade entre Davi e Jônatas?
Foi uma amizade que agradou ao Senhor, foi edificante para ambos permitiu que muitas vidas fossem abençoadas e estava em conformidade com a vontade de Deus Essa amizade transcende a esfera pessoal e, peto significado e reto-vivencia, se tomou em um verdadeiro compromisso com Deus
3- Como a amizade entre cristãos pode contribuir para o desenvolvimento de ambos?
Através de conversas sobre projetos objetivos e vocação do estudo bíblico compartilhado das orações de um pelo outro ou ainda por temas em comum da motivação e do acolhimento do amigo no momento certo das trocas de percepções sob uma cosmovisão cristã do incentivo quanto ao crescimento na fé e outras tantas possibilidades
4- Aponte alguns fatores que levam à fragilidade nas relações virtuais.
Alusão de intimidade os relacionamentos superficiais a solidão: distanciamento da realidade a idealização da imagem corporal: os problemas emocionais os perigos entre outros
5- Como a identidade do jovem cristão pode se fortalecer?
A partir de sua relação com o Senhor e com o seu semelhante. Essa relação com Deus é um reflexo natural do ato da criação do homem por Deus levando-o a uma responsabilidade glorificadora ao agir no mundo e cumprir sua missão.
Pingback: LIÇÃO 5 – DAVI: PROVADO PELO CIÚME - Palavra Forte de Deus