LIÇÕES BÍBLICAS CPAD JOVENS 2º Trimestre de 2025
Título: Davi: de pastor de ovelhas a rei de Israel — Fé e ação em meio às adversidades da vida
Autor: Marcos Tedesco
LIÇÃO 12: DAVI: A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA
TEXTO PRINCIPAL
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hb 4.16)
Comentário: O autor da Epístola aos Hebreus nos convida a nos aproximarmos de Deus com ousadia e fé, reconhecendo o Seu trono não como um lugar de julgamento implacável, mas como um manancial inesgotável de graça e misericórdia.
Além disso, essa certeza, nos impulsiona a buscar auxílio divino em todos os momentos, não apenas nos de grande aflição, mas também nas pequenas provações do dia a dia, confiando na Sua provisão e cuidado constantes.
A manifestação da graça, por conseguinte, se torna acessível àqueles que se achegam a Deus com um coração sincero e dependente, reconhecendo sua própria insuficiência e a necessidade da intervenção divina.
RESUMO DA LIÇÃO
Na vida de Davi encontramos um contraste entre a bondade para com Mefibosete e a maldade para com Urias, além de elementos que nos permitem refletir acerca da graça de Deus.
Comentário: A vida de Davi, em verdade, é um palco onde a graça divina se manifesta de forma surpreendente, mesmo em meio às suas imperfeições e quedas, nos mostrando que Deus pode usar pessoas falhas para realizar Seus propósitos.
Observamos, por um lado, um ato de extrema bondade para com Mefibosete, demonstrando um coração generoso e fiel à aliança, uma atitude que nos remete à própria natureza de Deus, que é abundante em misericórdia.
Por outro lado, contudo, presenciamos a frieza e a crueldade de Davi para com Urias, revelando a fragilidade da natureza humana, a facilidade com que podemos nos desviar do caminho do bem e a necessidade constante da graça redentora para nos restaurar e nos conduzir de volta à comunhão com Deus.
OBJETIVOS
- EVIDENCIAR a bondade de Davi para com Mefibosete;
- RESSALTAR a maldade de Davi para com Urias;
- COMPREENDER que fomos alcançados pela graça
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), nesta lição veremos que assim como Davi foi usado por Deus para derramar a graça sobre a vida de Mefibosete, também podemos ser usados pelo Senhor em uma vida abençoadora por onde caminhamos.
A graça de Deus está acessível a todos e nós somos chamados ao compartilhamento dessa bênção no que se refere às necessidades do cotidiano, ao anúncio das Boas-Novas, à influência cristã e à longanimidade do Senhor. Dessa forma, podemos despertar nas pessoas o desejo profundo de serem também alcançadas pela graça salvadora de Cristo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), converse com seus alunos explicando que “o capítulo 9 de 2 Samuel registra como Davi cumpriu a sua promessa feita ao seu amigo Jônatas. Davi havia feito um concerto com Jônatas de sempre demonstrar bondade à sua família (1Sm 20.11-23).
Mefibosete era filho de Jônatas (vv. 3,6; cf. 4.4). Este é o primeiro de dois incidentes que descrevem a bondade de Davi a certas pessoas por causa do seu relacionamento com os pais desses indivíduos (cf. 10.1-5).
A admirável bondade de Davi está em completo contraste com os dois atos de iniquidade e crueldade (adultério e homicídio) que se seguiram (11.1-27)” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens, Rio de Janeiro: CPAD, p. 387).
Comentário: Professor, expliquemos aos alunos a importância de Davi cumprir sua promessa a Jônatas, não apenas por obrigação, mas por um genuíno senso de gratidão e lealdade, demonstrando bondade à sua família.
Destaquemos, além disso, o contraste gritante entre a bondade de Davi para com Mefibosete, um ato de generosidade e compaixão, e seus atos de iniquidade e crueldade, que revelam a profundidade da sua queda e a necessidade do perdão divino.
Incentivemos, da mesma forma, a análise do caráter de Davi, reconhecendo suas qualidades admiráveis, como a fé, a coragem e a lealdade, e suas falhas humanas, como o adultério, o assassinato e a falta de controle sobre seus impulsos.
TEXTO BÍBLICO
2 Samuel 9.1-7
1 E disse Davi: Há ainda alguém que ficasse na casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas?
2 E havia um servo na casa de Saul cujo nome era Ziba; e o chamaram que viesse a Davi, e disse-lhe o rei: És tu Ziba? E ele disse: Servo teu.
3 E disse o rei: Não há ainda algum da casa de Saul para que use com ele de beneficência de Deus? Então, disse Ziba ao rei: Ainda há um filho de Jônatas, aleijado de ambos os pés.
4 E disse-lhe o rei: Onde está? E disse Ziba ao rei: Eis que está em casa de Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar.
5 Então, mandou o rei Davi e o tomou da casa de Maquir, filho de Amiel, de Lo-Debar.
6 E, vindo Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, a Davi, se prostrou com o rosto por terra e se inclinou; e disse Davi: Mefibosete! E ele disse: Eis aqui teu servo.
7 E disse-lhe Davi: Não temas, porque decerto usarei contigo de beneficência por amor de Jônatas, teu pai, e te restituirei todas as terras de Saul, teu pai, e tu de contínuo comerás pão à minha mesa.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O reino já estava consolidado, Davi era reverenciado por todos como rei e uma sucessão de vitórias e avanços nas mais diversas áreas em Israel faziam parte do cotidiano. Nesse contexto, dois eventos chamam a nossa atenção: a expressão de bondade para com Mefibosete, filho de Jônatas, e a voracidade da maldade para com Urias, marido de Bate-Seba. No primeiro caso vemos a expressão da graça. No segundo, a frieza do mal.
Comentário: Consolidado o reino de Davi, e em meio a um cenário de prosperidade e reconhecimento, somos confrontados com dois eventos marcantes, que se destacam em meio à aparente estabilidade: a demonstração de bondade para com Mefibosete, um gesto de generosidade que transcende as obrigações políticas, e o pecado contra Urias, um ato de egoísmo e crueldade que mancha a reputação do rei.
É, pois, nesse contraste que se revela a complexidade da graça divina, que se manifesta mesmo em meio às nossas imperfeições, e a fragilidade da natureza humana, que está sempre suscetível à tentação. Essa dicotomia, da mesma forma, nos convida a refletir sobre a nossa própria jornada, reconhecendo que somos capazes tanto de atos de bondade, inspirados pelo Espírito Santo, quanto de atos de maldade, motivados pelo nosso egoísmo e pela nossa natureza pecaminosa.
A graça de Deus, desse modo, nos oferece a oportunidade de escolher o caminho do bem, renunciando ao pecado e buscando a transformação do nosso caráter, para que possamos viver uma vida que O glorifique, refletindo o amor e a justiça de Cristo em todas as nossas ações.
I – A BONDADE PARA COM MEFIBOSETE
1 – Há ainda alguém? Muitos anos haviam se passado, Davi já estava firmado como rei de Israel e o reino prosperava. A tendência humana indicava olhar para frente e buscar ainda mais conquistas e ampliar ainda mais as fronteiras. Mas o homem segundo o coração de Deus tinha uma dívida a ser paga (1 Sm 20.15,42).
A aliança com Jônatas mencionava o cuidado e a bondade para com ambas as casas e, com a morte do filho de Saul, restou a Davi o cumprimento do que havia sido prometido. Certo dia, Davi começou a procurar algum descendente de Jônatas para que pudesse ser alcançado pela bênção. Então o rei perguntou ao servo Ziba: “Há ainda alguém que ficasse da casa de Saul, para que lhe faça bem por amor de Jônatas?” (2 Sm 9.1).
Ziba então revelou a história de Mefibosete e o seu paradeiro (2 Sm 4.4; 9.4). O filho de Jônatas, com os pés aleijados por conta de um acidente, ainda na infância, durante a fuga dos inimigos que buscavam exterminar a casa de Saul, vivia em Lo-Debar, na casa de Maquir, filho de Amiel. Então, Davi ordenou que buscasse Mefibosete para que pudesse agir com bondade, por amor a Jônatas.
Comentário: Consolidado o seu reinado, Davi, em vez de se contentar com as conquistas, com a segurança do trono e com o reconhecimento do povo, demonstra um coração sensível e grato, buscando honrar a aliança firmada com Jônatas, demonstrando cuidado e bondade para com a sua descendência.
Movido por um coração grato e fiel, Davi questiona sobre a existência de algum remanescente da casa de Saul, não por interesse político ou para eliminar uma possível ameaça ao seu poder, mas revelando o seu desejo genuíno de abençoar e restaurar, cumprindo a promessa feita ao seu amigo.
Essa atitude, então, nos desafia a olharmos para além das nossas próprias conquistas, dos nossos objetivos pessoais e das nossas ambições, buscando oportunidades de abençoar e restaurar aqueles que foram marginalizados, esquecidos ou injustiçados pela sociedade, assim como Mefibosete, que vivia em Lo-Debar, um lugar de esquecimento e miséria.
2 – Dois atos de bondade. O encontro entre o rei e o homem exilado e aleijado foi memorável. O que se seguiu destoava de todas as expectativas. Mas Davi era diferente, ele tinha sua vida dirigida pelo Espírito de Deus. Mefibosete estava atônito e temendo até por sua vida, sem dúvidas sua estadia em Lo-Debar era também motivada pela busca de um esconderijo diante da possibilidade de ser reconhecido como neto de Saul, e assim ser morto.
Já Davi estava ansioso por receber o filho de seu grande amigo Jônatas. O tempo passou, mas as memórias eram vividas. A amizade entre os dois foi um instrumento de Deus para proteger, ensinar, treinar, edificar e dar suporte emocional a Davi diante das tantas perseguições sofridas. Quando o filho de Jônatas entrou no recinto onde estava o rei, a cena foi impressionante: Davi se prostrou diante do jovem e exclamou: Mefibosete! A forma como esse nome foi mencionado trouxe alento ao coração do jovem.
Naquele momento, ocorreram dois inspiradores atos de bondade praticados por Davi: recebeu o filho de Jônatas e neto de Saul em sua mesa diariamente como seu fosse seu próprio filho (2 Sm 9.7): devolveu as terras que pertenciam ao seu avô e criou condições para que ele tivesse o seu sustento de forma continuada (2 Sm 9.9,10).
Comentário: Deparamo-nos, então, com um encontro emocionante entre o rei Davi e Mefibosete, um encontro que transcende as formalidades protocolares e se revela como um ato de genuína compaixão, marcado por atos de bondade que transcendem as expectativas.
Davi, guiado pelo Espírito de Deus, acolhe Mefibosete, não como um prisioneiro ou um súdito inferior, mas como um membro da sua família, oferece-lhe um lugar à sua mesa, um símbolo de honra e aceitação, e restitui-lhe as terras que pertenciam à sua família, demonstrando generosidade e compaixão, não apenas em palavras, mas em ações concretas.
Essa narrativa, da mesma forma, nos inspira a praticarmos atos de bondade que reflitam o caráter de Cristo, não buscando reconhecimento ou recompensa, mas movidos pelo amor e pela compaixão. Assim como Davi, somos chamados a acolher os marginalizados, os rejeitados, os que sofrem, os que são diferentes, a oferecer-lhes dignidade, respeito e a promover a sua restauração, tanto física quanto emocional e espiritual.
3 – Alcançado pela graça. A comunhão existente entre Davi e Jônatas rendeu bons frutos e teve seus efeitos manifestados em um tempo posterior. Por amor ao amigo, alguém esquecido em Lo-Debar foi chamado para viver uma nova história. Assim como o filho pródigo, ele foi alcançado pela graça (Lc 15.22). Temos em Davi um tipo de Cristo que, em sua bondade para com Mefibosete, nos desperta para o amor e a misericórdia de Deus em nosso favor, pecadores indignos de sua graça (Rm 3.24).
Comentário: Percebemos, então, que a bondade de Davi para com Mefibosete é muito mais do que um simples ato de generosidade humana. Ela é um reflexo da graça de Deus, que alcança aqueles que estão perdidos, esquecidos, marginalizados e sem esperança, trazendo-os para perto de Si e oferecendo-lhes uma nova vida.
Assim como o filho pródigo, que retornou ao lar paterno e foi recebido com amor e perdão, Mefibosete foi resgatado de uma vida de miséria, sofrimento e anonimato e trazido para a mesa do rei, recebendo um lugar de honra, dignidade, segurança e a oportunidade de recomeçar.
Essa história, igualmente, nos aponta para a figura de Cristo, que, em sua infinita bondade, nos oferece a salvação, a vida eterna e a filiação divina, nos resgatando do pecado, da morte e da condenação. A graça de Deus, desse modo, nos liberta do nosso passado, transforma o nosso presente e garante o nosso futuro, capacitando-nos a viver de acordo com o Seu propósito, refletindo o Seu amor, a Sua justiça e a Sua santidade.
SUBSÍDIO 1
Professor(a), explique que a comunhão existente entre Davi e Jônatas rendeu bons frutos e teve efeitos em um tempo posterior. Por amor ao amigo, alguém esquecido em Lo-Debar foi chamado a uma nova história. Assim como 0 filho pródigo, ele foi alcançado pela graça (Lc 20.22). Temos em Davi um tipo de Cristo que, em sua bondade para com Mefibosete, nos desperta para o amor e a misericórdia de Deus em nosso favor, pecadores indignos de sua graça (Rm 3.24).
Nesse episódio, Davi foi em busca do jovem sem esperanças, Jesus vem ao nosso encontro e, envolto na graça, nos resgata e salva aquilo que havia sido perdido (Lc 19.10). Fomos alcançados pela graça, Deus é fiel mesmo que sejamos falhos. Diante disso, busquemos também fazer o bem às pessoas sem esperar nada em troca (Lc 6.35).
Assim como Deus é gracioso conosco, sejamos também graciosos com as pessoas que nos cercam, mesmo diante de nossas incompletudes e natureza pecaminosa, Jamais nos cansemos de fazer o bem.
II – A MALDADE PARA COM URIAS
1 – Uma janela aberta e um terraço. Era apenas uma janela aberta (Bate-Seba poderia tê-la fechado) e um simples terraço (o rei poderia evitá-Lo), parecia inofensivo. Mas levou-os a um triste destino. Devemos sempre vigiar, orar e nos refugiar no Senhor, somos fracos, mas Ele é nossa força (Mt 2641).
Comentário: Avistamos, então, a trágica história de Davi e Bate-Seba, que se inicia com um olhar descuidado, com uma falta de vigilância, com uma permissividade que abre a porta para a tentação, e culmina em adultério e assassinato, um pecado que mancha a reputação do rei e traz consequências devastadoras para a sua vida, para a sua família e para todo o seu reino.
A janela aberta e o terraço, aparentemente inofensivos, se tornam o palco de uma queda que revela a fragilidade da natureza humana e a importância de permanecermos vigilantes e em constante comunhão com Deus. Essa narrativa, da mesma forma, nos alerta para a importância da vigilância, da oração e do domínio próprio.
Reconhecendo a nossa fraqueza, a nossa inclinação para o pecado e a astúcia do inimigo, devemos buscar refúgio no Senhor, permitindo que o Espírito Santo nos fortaleça, nos guie e nos livre das tentações que nos cercam. Assim como Davi, somos vulneráveis ao pecado, mas, com a ajuda de Deus, podemos resistir, renunciar ao mal e viver de acordo com a Sua vontade, refletindo o Seu caráter em todas as áreas das nossas vidas.
2 – Dois atos de iniquidade. Davi foi o responsável por dois terríveis atos de iniquidade: o adultério com Bate-Seba (2 Sm 11.4) e a articulação para o assassinato de Urias (2 Sm 11.14,15). A bondade, a justiça, a benignidade que em nós repousam, assim como outras virtudes, são consequências do quanto nos permitimos estar no centro da vontade divina (Gl 5.22,23). Quanto mais nos aproximamos do Senhor e andamos em sintonia com as suas orientações, mais nos envolvemos com os propósitos, pensamentos, caminhos e sonhos que Ele tem para nós (Is 55-8,9).
Comentário: Presenciamos, então, a queda de Davi, um homem que era considerado segundo o coração de Deus, que se entrega a dois terríveis atos de iniquidade, que revelam a profundidade do seu pecado e a sua distância da vontade divina: o adultério com Bate-Seba, uma traição à sua esposa e um desrespeito aos mandamentos de Deus, e a articulação para o assassinato de Urias, uma tentativa de encobrir o seu pecado e de se livrar das suas consequências.
Esses pecados revelam a fragilidade da natureza humana, a capacidade que temos de nos afastar de Deus e de nos entregarmos ao mal, e a importância de permanecermos firmes na Sua vontade, buscando a Sua orientação e permitindo que o Seu Espírito Santo nos controle.
Essa narrativa, da mesma forma, nos lembra que a bondade, a justiça, a benignidade, a mansidão, o domínio próprio e todas as demais virtudes que fazem parte do fruto do Espírito são consequências da nossa comunhão com o Senhor, do nosso relacionamento íntimo com Ele e da nossa busca constante pela Sua vontade.
3 – Maldade e bondade. A maldade para com Urias e a bondade para com Mefibosete contrastam na vida de um mesmo homem. Davi era o mesmo homem segundo o coração de Deus, mas não era imune ao pecado. Ao se aproximar do Senhor, as bênçãos o seguiam (Dt 28.3), ao se afastar, o contrário também poderia ser percebido (Sl 32.3,4).
Comentário: Observamos o contraste entre a bondade de Davi para com Mefibosete, um ato de generosidade e compaixão que demonstra o seu amor e a sua lealdade, e a sua maldade para com Urias, um ato de egoísmo, crueldade e premeditação.
Davi, embora fosse considerado um homem segundo o coração de Deus, um rei ungido, um salmista inspirado e um líder vitorioso, não era imune ao pecado, não era perfeito e não estava acima da tentação.
Essa dualidade nos lembra que somos seres imperfeitos, falhos, frágeis e sujeitos a erros e fraquezas. A nossa natureza humana, corrompida pelo pecado, nos inclina para o mal, para o egoísmo e para a autossuficiência.
No entanto, a graça de Deus nos oferece a oportunidade de reconhecermos as nossas falhas, de nos arrependermos dos nossos pecados, de buscarmos uma transformação genuína e de permitirmos que o Espírito Santo nos guie e nos fortaleça.
SUBSÍDIO 2
“Em vez de confessar o seu pecado e correr o risco de se expor, Davi decidiu mandar matar Urias e em seguida tomar a sua esposa. As palavras que o apóstolo João (um dos discípulos de Jesus e líder da Igreja Primitiva) usou para descrever Caim e todos os homicidas (1J0 3.12-15) se aplicam também a Davi nesta ocasião: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida.
E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna” (1J0 3.15). Davi só poderia ser restaurado para Deus por meio do arrependimento sincero (veja o cap. 12; Sl 51). Os pecados de Davi, o adultério, o frio assassinato e a tentativa de encobrir tudo foram excepcionalmente maus para Deus.
Davi foi culpado de infringir o sexto, o sétimo, o oitavo, o nono e o décimo mandamento (Êx 20.13-17) de uma só vez. Os seus pecados eram ainda mais graves porque ele era o líder e protetor do povo de Deus (5.2), o responsável por administrar a justiça e demonstrar o que era certo em Israel (8.15).” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, p. 387.)
III – ALCANÇADOS PELA GRAÇA
1 – Maravilhosa graça. O filho de Jônatas se considerava um cão morto (2 Sm 9.8), porém Davi o via como um príncipe. A atitude de Davi nos faz lembrar do significado da graça de Deus para com nossas vidas. Éramos perdidos, escravos do medo e mortos diante de nossos pecados.
O Senhor abriu-nos o caminho que leva à salvação e assim, fomos achados, libertos e presenteados com uma vida plena. A graça encontrada nessa bela história é, também, uma prefiguração do que viria a acontecer na plenitude dos tempos (Gl 44) onde Cristo nos apresentou a salvação em sua maravilhosa graça (Ef 4.7).
Comentário: Constatamos que a atitude de Davi para com Mefibosete é muito mais do que um simples ato de bondade humana. Ela é uma prefiguração, uma sombra, um prenúncio da graça de Deus, que nos resgata de uma vida de miséria, sofrimento, exclusão e desesperança e nos concede um lugar de honra, dignidade, segurança, propósito e alegria.
Assim como Mefibosete se considerava um cão morto, indigno de qualquer favor ou atenção, também nós, antes de conhecermos a Cristo, éramos escravos do pecado, do medo, da morte e da condenação, sem esperança e sem futuro.
Essa história nos lembra que a graça de Deus é um presente imerecido, um favor divino que não podemos conquistar ou merecer, mas que nos é oferecido gratuitamente por meio de Jesus Cristo.
2 – À mesa com Jesus. Assim como Davi convidou Mefibosete à mesa do rei, Jesus também nos convida a participar da sua mesa e usufruir da sua presença. Uma possível definição para a palavra graça é: “um favor imerecido da parte de Deus”. A Bíblia nos apresenta dois tipos de graça: comum (Mt 5.45) e salvadora (Tt 2.11-14). A primeira é estendida à toda humanidade, a segunda também é para todos, porém apenas é concedida aos que aceitarem a Jesus Cristo como Salvador de suas vidas.
A graça comum é concedida ao homem pelo amor, bondade e misericórdia de Deus. Ela se refere à vida, ao ar que respiramos e todas as demais coisas que são necessárias em nosso cotidiano, a chamada ao evangelho, à influência cristã e à longanimidade de Deus (Rm 9.21,22). Já a graça salvadora é a maravilhosa manifestação do amor de Deus (Jo 3.16) possibilitando ao homem o perdão dos seus pecados e a salvação de sua alma ao aceitar Jesus Cristo com seu único e suficiente Salvador.
A partir desse momento, passamos a ter uma nova vida e recebemos o Espírito Santo para uma caminhada de santificação e crescente intimidade com Deus. Devemos, ardentemente, buscar a presença divina e a graça para as nossas vidas.
Comentário: A mesa de Davi, onde Mefibosete foi convidado a se assentar, é um símbolo da mesa de Jesus, do banquete celestial, da comunhão íntima e constante com o Senhor, que nos convida a desfrutarmos da Sua presença, do Seu amor, do Seu perdão, da Sua paz e da Sua alegria.
A graça comum nos concede a vida, o sustento, a beleza da criação, a capacidade de amar, a inteligência para aprender, a oportunidade de conhecermos o Evangelho, a influência cristã para impactarmos o mundo e a longanimidade de Deus, que nos dá tempo para nos arrependermos e nos voltarmos para Ele.
A graça salvadora, por outro lado, nos oferece o perdão dos pecados, a justificação, a santificação, a regeneração, a filiação divina, a vida eterna e a comunhão íntima e permanente com Deus.
SUBSÍDIO 3
Algo singular e que faz referência a todos nós que aceitamos a Cristo como Salvador, é o convite a sermos participantes da dispensação da graça sobre toda a humanidade (1 Pe 4.10,11). O Senhor nos concede a graça para que sejamos libertos do pecado (Rm 6.20-22) e assim possamos viver dentro da vontade divina. A vontade do Senhor é que os seus filhos sejam usados para derramar a sua graça sobre o mundo (Jo 12,26).
Aos sermos salvos, somos tocados com as palavras de Cristo que nos orientam a fazermos a diferença nesse tempo, buscarmos um olhar abençoador para com o próximo, anunciarmos o reino de Deus e, com nossas vidas, promovermos o bem entre as pessoas que encontramos. Dessa forma, uma parte da graça de Deus também alcança aqueles que não creem, para que possam, a seu tempo, crer em Jesus Cristo.
PROFESSOR(A), reflita com seus alunos a respeito da graça salvadora, Fomos alcançados por ela e podemos desfrutar da manifestação do amor de Deus e seu perdão em nosso favor. A graça salvadora nos concede a oportunidade de termos uma nova vida. Também nos permite receber o Espírito Santo para uma caminhada de santificação e vitória em Jesus Cristo.
CONCLUSÃO
Assim como Davi foi usado por Deus para derramar a graça sobre a vida de Mefibosete, também podemos ser usados pelo Senhor em uma vida abençoadora por onde caminhamos. A graça comum de Deus está acessível a todos e nós somos chamados ao compartilhamento dessa bênção no que se refere às necessidades do cotidiano, ao anúncio das Boas-Novas, à influência cristã e à longanimidade do Senhor, Dessa forma, podemos despertar nas pessoas o desejo profundo em serem também alcançados pela graça salvadora de Cristo.
Comentário: Finalizamos, então, com a certeza gloriosa e transformadora de que, assim como Davi foi um instrumento da graça de Deus na vida de Mefibosete, um canal de bênçãos e restauração, também nós podemos e devemos ser usados pelo Senhor para abençoarmos aqueles que nos cercam, para sermos portadores da Sua luz, do Seu amor e da Sua esperança.
Ao compartilharmos a graça comum, demonstrando bondade, compaixão, misericórdia e generosidade, e a graça salvadora, anunciando o Evangelho de Jesus Cristo com ousadia, fé e amor, manifestamos o amor de Deus, revelamos o Seu caráter e despertamos nas pessoas o desejo de conhecerem a Cristo, de se entregarem a Ele e de experimentarem a plenitude da vida em Sua presença.
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