
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
4º Trimestre de 2025
Título: Exortação, arrependimento e esperança — O ministério profético de Jeremias
Autor: Elias Torralbo
Lição 11: A queda de Jerusalém
Data: 14 de dezembro de 2025
Comentário: Palavra Forte de Deus
TEXTO PRINCIPAL
“Então, dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.” (Sl 58.11).
Comentário da Palavra Forte de Deus
Este versículo do Salmo 58 encapsula a teologia da Retribuição Divina, que é o tema central do juízo. A conclusão “Então, dirá o homem” é o reconhecimento público, resultante da experiência do juízo, de que o universo moral não é caótico, mas governado por um ser superior. O homem, ao testemunhar a justiça de Deus manifesta, finalmente admite: “Deveras há um Deus que julga na terra”. Esta é a confirmação de que Deus não está ausente, nem é indiferente à maldade e à opressão.
Ademais, a segunda parte da frase “deveras há uma recompensa para o justo” equilibra a seriedade do juízo com a certeza da recompensa. Isso nos ensina que o Juiz da Terra não apenas pune o perverso, mas também honra e vindica a integridade dos justos que sofreram. A recompensa não é apenas um prêmio futuro, mas também a demonstração prática de que a fidelidade e a paciência do justo não foram em vão. O juízo, portanto, serve para restabelecer a ordem moral e a esperança.
Dessa forma, o Texto Principal convida você a viver com uma perspectiva escatológica (de futuro) no presente. Você deve confiar que, mesmo quando a injustiça prevalece por um tempo, o Juízo de Deus virá para retribuir a cada um conforme suas obras. Não se desespere diante da aparente prosperidade do ímpio, nem da opressão que sofre. Lembre-se que Deus é o Juiz ativo que garantirá tanto a recompensa para o justo quanto o castigo para o perverso.
RESUMO DA LIÇÃO
Deus retribui a cada um conforme as suas obras. Ele aplica o seu juízo sempre com o objetivo de levar ao arrependimento.
Comentário da Palavra Forte de Deus
O Resumo da Lição sintetiza a dupla finalidade do Juízo Divino: Retribuição e Redenção. A primeira parte, “Deus retribui a cada um conforme as suas obras”, estabelece o princípio da justiça. A retribuição (midah keneged midah – medida por medida) é a garantia de que não haverá injustiça final. O pecado será tratado com seriedade, e a fidelidade será honrada. Este é o fundamento de que Deus é um Juiz que atua com equidade e perfeição.
Contudo, a segunda parte do resumo, “Ele aplica o seu juízo sempre com o objetivo de levar ao arrependimento”, introduz o elemento da Misericórdia. O juízo de Deus, no contexto da Aliança, não é puramente destrutivo, mas primordialmente corretivo e didático. A punição (como o cativeiro de Judá) visa quebrar a obstinação do coração e forçar o pecador a voltar-se (arrepender-se) para o Senhor. A finalidade última de Deus é a restauração, e não a aniquilação total.
Sendo assim, você deve encarar o Juízo de Deus em sua vida (as disciplinas e correções) com a compreensão dessa dupla motivação. O sofrimento imposto por Deus não é um castigo cruel, mas uma oportunidade de salvação. A certeza da retribuição deve levar você a um temor reverente, enquanto a finalidade do arrependimento deve conduzi-lo a uma humildade imediata. Permita que a correção divina o leve de volta à Sua presença.
OBJETIVOS
MOSTRAR como se deu a queda de Jerusalém;
REFLETIR a respeito do juízo de Deus sobre Jerusalém e seu povo;
DESPONTAR a respeito do triste destino de Zedequias e o honroso destino de Jeremias.
INTERAÇÃO
Professor(a), na lição deste domingo vamos estudar a respeito da destruição de Jerusalém. Temos a certeza da bondade de Deus e da sua justiça diante deste episódio tão triste do povo judeu. Tal acontecimento nos mostra que o Senhor retribui a cada um segundo as suas obras. Também nos ensina que o Eterno conduz a história como quer, sem perder o controle. Veremos a justa retribuição divina ao pecado de Zedequias. Mas o livramento e a bondade do Senhor para com o profeta Jeremias.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), converse com os alunos explicando que “Zedequias acreditava na mensagem de Jeremias, mas o seu medo dos outros (v.19), seu caráter fraco e sua falta de fé em Deus impediam-no de obedecer a Deus. Como resultado, Zedequias trouxe a vergonha sobre si mesmo e a ruína sobre a nação. Ele era como muitos em nossos dias, que se recusam a fazer o que é certo embora saibam que as suas ações trarão o juízo de Deus sobre si mesmos, e causarão angústia aos outros”. (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.959).
TEXTO BÍBLICO
Jeremias 39.1-8
1 — No ano nono de Zedequias, rei de Judá, no mês décimo, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, e todo o seu exército contra Jerusalém e a cercaram.
2 — No ano undécimo de Zedequias, no quarto mês, aos nove do mês, se fez a brecha na cidade.
3 — E entraram todos os príncipes do rei da Babilônia, e pararam na Porta do Meio, os quais eram Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague, e todos os outros príncipes do rei da Babilônia.
4 — E sucedeu que, vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra, fugiram, então e saíram de noite da cidade, pelo caminho do jardim do rei, pela porta dentre os dois muros, e saiu pelo caminho da campina.
5 — Mas o exército dos caldeus os perseguiu; e alcançaram Zedequias nas campinas de Jericó, e o prenderam, e o fizeram ir a Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Ribla, na terra de Hamate, e ali o rei da Babilônia o sentenciou.
6 — E o rei da Babilônia matou os filhos de Zedequias em Ribla, à sua vista; também matou o rei de Babilônia todos os nobres de Judá.
7 — E arrancou os olhos a Zedequias e o atou com duas cadeias de bronze, para levá-lo à Babilônia.
8 — E os caldeus queimaram a casa do rei e as casas do povo e derribaram os muros de Jerusalém.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A queda de Jerusalém marca um triste período da história de Judá e traz importantes lições até os dias de hoje. Com base neste acontecimento, no trágico fim de Zedequias e na libertação de Jeremias, esta lição discorre sobre este momento sombrio, ressaltando a justiça de Deus em retribuir a cada um, segundo as suas obras, mostra ainda a bondade divina.
Comentário da Palavra Forte de Deus
A Queda de Jerusalém não é apenas um evento histórico de 586 a.C., mas um marco teológico que prova a seriedade da Aliança e do Juízo. Este momento, classificado como um “triste período,” é o clímax da desobediência crônica de Judá e o ponto de virada na profecia. A lição corretamente propõe que a análise desse acontecimento, especialmente o trágico fim de Zedequias e a libertação de Jeremias, nos leva a confrontar a Justiça de Deus em retribuir a cada um conforme suas obras.
Neste sentido, a teologia da Retribuição é central: o juízo não é aleatório, mas um ato de Justiça Perfeita que nivela as contas. A queda de Jerusalém serve para demonstrar que o ímpio (como Zedequias, que sofre o juízo final) e o justo (como Jeremias, que recebe a libertação) não têm o mesmo destino. Contudo, a lição sabiamente adiciona o elemento da bondade divina, mostrando que, mesmo no juízo, a misericórdia atua ao preservar o remanescente e o profeta fiel.
Dessa forma, você deve enxergar a queda de Jerusalém como o último recurso didático de Deus para o Seu povo. As lições que dali emergem são perenes: a fidelidade é sempre recompensada e a desobediência sempre paga um preço. O Senhor, ao ser Justo e Bondoso, garante que a sua vida hoje também será julgada por essa mesma balança. O seu foco deve ser na obediência, que garante a bondade divina e não a severidade da retribuição.
1. A QUEDA DE JERUSALÉM
1. A Palavra de Deus se cumpre.
O ministério de Jeremias começou no décimo terceiro ano do reinado de Josias e passou pelos governos de Jeoaquim e de Zedequias (Jr 1.2,3). Por ocasião de seu chamado, Deus o avisou de que a sua missão seria de chamar o povo ao arrependimento para evitar a iminente invasão babilônica e, consequentemente a destruição de Jerusalém (Jr 13 — 19).
Jeremias profetizou a respeito das bênçãos que o arrependimento proporcionaria a Judá e as terríveis consequências da falta dele. Por isso, ele pode ser considerado como um profeta de uma mensagem só: a do arrependimento. A rejeição da mensagem não impediu que Deus cumprisse a sua Palavra e assim, tudo o que Jeremias falou em nome de Deus, se cumpriu (2Cr 36.21; Jr 29.10). Assim como Deus falou, Jerusalém foi invadida e destruída pelos babilônios.
Comentário da Palavra Forte de Deus
A longevidade do ministério de Jeremias (do reinado de Josias a Zedequias, Jr 1.2,3) atesta a longanimidade de Deus e a obstinação de Judá. Jeremias é corretamente denominado um “profeta de uma mensagem só: a do arrependimento”. O seu trabalho não era apenas anunciar a destruição, mas oferecer a oportunidade de bênção mediante a mudança de rota. A Palavra de Deus, portanto, não é um destino fatalista, mas um chamado urgente à escolha.
Contudo, o texto mostra que a rejeição persistente dessa mensagem não impediu que a profecia se cumprisse. O juízo final da destruição de Jerusalém e a contagem dos setenta anos de cativeiro (Jr 29.10; 2Cr 36.21) confirmam a infalibilidade da Palavra Divina. O Deus de Israel não é um Ser que retrocede em Suas ameaças ou promessas; Ele vela sobre a Sua Palavra para a cumprir, e a queda de Jerusalém é a prova mais dramática disso. A falha não está em Deus, mas na escolha humana de resistir à Sua graça.
Dessa forma, a lição nos ensina que a Palavra de Deus sempre se cumpre, seja na promessa de bênção ou na de juízo. Você deve encarar as Escrituras com o temor reverente que a certeza de seu cumprimento exige. Não presuma da paciência de Deus. A sua responsabilidade é responder ao “chamado ao arrependimento” hoje, garantindo que o cumprimento da Palavra em sua vida seja de bênção e não de juízo.
2. Jerusalém é invadida.
Depois de um tempo cercada, Jerusalém foi invadida pelos babilônios (Jr 39.1,2). Essa invasão se deu em um momento de grande dificuldade para Judá (Jr 52.6). A escassez de pão indica que Jerusalém estava em apuros, pois o pão é o elemento básico para a sobrevivência. Com a entrada de “todos os príncipes do rei da Babilônia” (v.3) oficializou-se a invasão babilônica em Jerusalém, dando garantia a Nabucodonosor e servindo de sinal à liderança de Judá, pois “que, vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra, fugiram” (v.4).
Comentário da Palavra Forte de Deus
A invasão de Jerusalém (Jr 39.1,2) foi precedida por um cerco prolongado que levou a uma crise humanitária intensa, simbolizada pela “escassez de pão” (Jr 52.6). O pão, símbolo da provisão de vida e da bênção da Aliança, desapareceu, demonstrando que a proteção de Deus havia sido retirada. O Juízo não se manifesta apenas na violência do invasor, mas na perda da sustentação básica, forçando o povo a encarar a sua total dependência do Senhor.
Ademais, a entrada dos “príncipes do rei da Babilônia” (v. 3) marca o fim oficial da soberania de Judá, um ato de humilhação inevitável. A reação da liderança é reveladora: “vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra, fugiram” (v. 4). A fuga covarde do rei e do exército comprova a sua falta de fé e a sua falha em cumprir o papel de protetores da Aliança. O juízo de Deus desnuda a fragilidade humana e revela o quanto o povo havia confiado em sua própria força e em estratégias políticas vãs.
Dessa forma, a invasão de Jerusalém nos ensina que a segurança verdadeira de nossa vida não reside em muralhas ou em recursos materiais, mas na fidelidade à aliança. Quando a Palavra de Deus é desprezada, a escassez se instala e a força humana se esvazia. Você deve confiar unicamente no Senhor, para que a sua “cidade” não seja tomada pela crise.
3. Jerusalém é destruída.
Jerusalém foi invadida e destruída e cada parte desse processo, tem um sentido no propósito que Deus teve em corrigir e disciplinar o seu povo, ao permitir essa triste página da história de Israel. Os caldeus esperaram o enfraquecimento maior do povo para invadirem Jerusalém e então “queimaram a casa do rei e as casas do povo e derribaram os muros de Jerusalém” (v.8).
Os “muros de Jerusalém”, dentre outras coisas, ofereciam segurança à cidade e aos seus moradores, mas eram também o lugar onde os anciãos se assentavam e serviam de referência aos mais novos, motivo pelo qual Jeremias tanto lamentou (Lm 5.14). Os muros destruídos traziam insegurança, pois deixavam a cidade exposta a todo tipo de invasores.
O Templo também foi queimado e destruído (2Rs 25.9; Jr 52.13). Utensílios importantes da Casa do Senhor foram destruídos pelo exército de Nabucodonosor (2Rs 25.13-18; Jr 52.24). Ao atacar o lugar de culto e adoração de Judá, ficava mais fácil para os inimigos enfraquecerem o povo de Deus, pois a sua razão de ser, enquanto povo escolhido, era servir e o adorar ao Eterno. Pessoas importantes de Judá que atuavam diretamente junto ao rei Zedequias foram mortas por Nabucodonosor como parte do juízo de Deus sobre o seu povo (Jr 52.25-27).
Comentário da Palavra Forte de Deus
A destruição de Jerusalém foi um ato de disciplina com propósito. A queima da “casa do rei e as casas do povo” (v. 8) simboliza o fim da soberania e da vida comunitária, atingindo a nação em sua estrutura. A destruição dos muros era devastadora, não apenas por expor a cidade a invasores, mas por aniquilar o centro da vida cívica e da sabedoria (o local de assento dos anciãos, Lm 5.14). A perda da segurança e da referência moral era o objetivo do juízo.
Ademais, a destruição do Templo (2 Reis 25.9; Jeremias 52.13) e de seus utensílios sagrados foi o golpe teológico final. O Templo era o símbolo da presença de Deus no meio do Seu povo, e sua destruição indicava que o Senhor havia se retirado, entregando Seu santuário à profanação. A verdadeira razão de ser de Judá (“servir e adorar ao Eterno”) foi atacada, pois a idolatria havia tornado o local irrelevante para Deus. As mortes de líderes importantes (Jr 52.25-27) confirmam que o juízo se concentrou naqueles que mais falharam em sua responsabilidade de guiar a nação.
Portanto, a destruição de Jerusalém nos ensina que a disciplina de Deus atinge as áreas de nossa vida onde a segurança e a adoração se tornaram idólatras. Você deve garantir que a sua “casa” e o seu “templo” (o seu corpo, 1 Co 6.19) estejam alinhados com a vontade de Deus. Não permita que a sua segurança seja baseada em “muros” humanos, mas unicamente na presença e proteção do Eterno.
SUBSÍDIO I
Professor(a), explique aos alunos que “o cerco contra Jerusalém durou 18 meses; durante este tempo a cidade foi separada de toda ajuda externa, e de todos os suprimentos externos. Depois de algum tempo, uma fome severa se apresentou. A queda de Jerusalém é descrita em detalhes no capítulo 52 (cf. 2Rs 25; 2Cr 36). A derrota da cidade cumpriu as profecias de Jeremias sobre o juízo de Deus contra este povo espiritualmente rebelde e infiel.
O rei de Judá sofreu muito porque se recusou a ouvir a Deus e obedecer a sua Palavra (cf. 38.20-23). Deus sempre deseja salvar aqueles que estão perecendo (Lc 19.10; Jo 3.16), mas aqueles que ignoram a sua mensagem e a sua misericórdia e insistem em andar em seus próprios maus caminhos, trarão dores e sofrimentos sobre si mesmos.
Se as pessoas pudessem tão somente compreender a infelicidade e a morte causadas pela rebelião contra Deus, elas se voltariam para Ele em busca de misericórdia e perdão (cf. Rm 6.16,23). No entanto, Satanás tem cegado e enganado espiritualmente as pessoas de forma que elas não conseguem enxergar com exatidão a sua condição atual, ou as consequências terríveis que as aguardam (2Co 4.4).
Somente através da oração, da proclamação da Palavra de Deus e da obra do Espírito Santo na consciência das pessoas (Jo 16.8), é que aqueles que estão espiritualmente perdidos e enganados começarão a reconhecer a sua verdadeira condição espiritual, e o perigo que enfrentam por estarem separados de Deus”. (Bíblia de Estudo Pentecostal Para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.955).
2. O JUÍZO DE DEUS
1. O juízo de Deus.
A ira, o juízo e a justiça de Deus são termos presentes no contexto da invasão babilônica em Jerusalém, e isso implica na necessidade de defini-los e verificar a relação entre eles. A ira de Deus diz respeito à sua fúria contra o pecado e está relacionada com a sua justiça e a sua retidão, que se manifesta de forma punitiva, por meio de seu juízo.
A ira divina reflete um Deus justo que, baseado em sua justiça, retribui com juízo aos que não se arrependem de seus pecados. A queda de Jerusalém foi a punição de Deus ao seu povo, movida por sua ira (Jr 52.2). A ira divina se move a partir da santidade de Deus e sempre para resolver um problema, atuando no combate contra o mal.
Jesus ficou “indignado”, mas também “condoeu-se” dos presentes, no momento da cura do homem da mão mirrada, resultando assim na cura do enfermo (Mc 3.5). O juízo de Deus contra Judá teve como base a ira e a justiça divinas, mas não foi para destruir e nem envergonhar, e sim para corrigir, disciplinar e trazer o seu povo de volta aos seus princípios.
Comentário da Palavra Forte de Deus
A invasão babilônica exige a correta definição dos atributos divinos. A Ira de Deus (aph em hebraico, denotando fúria ou nariz fumegante) não é uma emoção humana descontrolada, mas a justa e santa fúria contra o pecado. É a manifestação da Sua retidão que se recusa a tolerar o mal. O Juízo, por sua vez, é o ato punitivo prático que expressa essa ira, servindo como a retribuição justa aos que se recusam ao arrependimento. A queda de Jerusalém (Jr 52.2) foi a prova histórica da seriedade dessa ira.
Neste sentido, é vital entender que a ira divina procede da Santidade de Deus e atua no combate contra o mal, buscando sempre resolver um problema. A analogia com Jesus (Marcos 3.5) é profunda: Ele se manifestou “indignado” com a dureza de coração, mas simultaneamente “condoeu-se” do enfermo. Isso prova que a Ira Divina não anula a Sua compaixão; ela coexiste com o amor. A ira é a face do amor que se opõe a tudo que destrói o objeto amado.
Dessa forma, o Juízo sobre Judá foi baseado na Justiça e na Ira, mas sua intenção última era redentiva: corrigir, disciplinar e trazer o povo de volta aos Seus princípios. Deus não visa a destruição, mas a restauração. Você deve ver qualquer disciplina em sua vida sob essa ótica: é a prova de que Deus o ama o suficiente para não deixá-lo perecer em seu pecado. Abrace a disciplina como o caminho para o arrependimento.
2. A retribuição divina.
O trágico fim de Judá nas mãos dos babilônios se deu justamente pela indiferença, desobediência e quebra de aliança, pois a Bíblia informa que o rei Zedequias “fez o que era mal aos olhos do Senhor” (Jr 52.2) e “por esta razão”, tanto ele como o povo receberam a justa punição de Deus (v.3).
Comentário da Palavra Forte de Deus
O princípio da Retribuição Divina é a certeza de que a causa e o efeito no plano moral estão inseparavelmente ligados. O trágico fim de Judá não foi um acidente, mas o resultado direto da indiferença, desobediência e quebra da aliança. A Bíblia é clara ao afirmar que o rei Zedequias “fez o que era mal aos olhos do Senhor” (Jr 52.2) e que “por esta razão” (v. 3), o juízo veio. Isso elimina qualquer ambiguidade sobre a origem da punição.
Consequentemente, a retribuição é a manifestação da Justiça Perfeita de Deus, que dá a cada um o que é devido. A punição foi justa porque a falha foi total, englobando o rei e o povo. A teologia de Jeremias demonstra que a paciência de Deus tem limites diante da rebeldia persistente, e a quebra da aliança exigiu a ação judicial. O castigo não foi excessivo, mas proporcional à gravidade da transgressão contra o Deus Santo.
Sendo assim, a lição nos desafia a encarar a vida com a consciência de que Deus retribui. Você deve saber que a indiferença e a desobediência geram consequências espirituais e, por vezes, materiais. A sua segurança não está em ignorar a justiça de Deus, mas em se submeter a Ele. Fuja da quebra da aliança por meio do arrependimento e da obediência radical, pois a Retribuição Divina é inevitável para todos.
3. As causas da destruição de Jerusalém.
Deus não escondeu o seu amor de Judá, assim como deixou claro o seu glorioso plano com o seu povo. No entanto, baseado em sua justiça, não deixou de castigá-lo pelas suas transgressões (Is 43.1-4; Ml 2.11-13). Diante disso, qual foi o erro de Judá para que Deus o castigasse com a permissão da invasão e destruição de Jerusalém, além do cativeiro que durou setenta anos? Inicialmente, foi a postura orgulhosa, desobediente e enfraquecida de Zedequias (52.2), que levou o povo a sofrer os danos de uma liderança não compromissada com Deus.
Quanto ao povo, o orgulho religioso, a falsa segurança depositada na estrutura do Templo e a rejeição da verdade de Deus, contribuíram para que a ira de Deus se acendesse (Jr 7.3,4,23-26). A sucessão de erros resultou no orgulho do rei que o levou a rebelar-se contra Nabucodonosor, contrariando a ordem de Deus, culminando na destruição de Jerusalém e no cativeiro de Judá (Jr 38.17,18).
Finalmente, a não observância da guarda do ano sabático durante todo o período da monarquia, parece ter sido uma outra causa que levou Judá a ficar setenta anos no cativeiro (2Cr 36.21).
Comentário da Palavra Forte de Deus
A destruição de Jerusalém foi causada por uma confluência de erros que provaram a infidelidade da nação. As causas são múltiplas e interligadas. No plano da liderança, a postura orgulhosa e desobediente de Zedequias (Jr 52.2) foi a faísca final. Seu orgulho o levou a quebrar o juramento de fidelidade a Nabucodonosor (contrariando a ordem de Deus em Jr 38.17,18), demonstrando que a falha pessoal do rei resultou no castigo para todo o povo.
Ademais, as causas no plano popular foram igualmente graves: o orgulho religioso e a falsa segurança depositada na estrutura do Templo (Jr 7.3,4) transformaram o local sagrado em um amuleto mágico. O povo rejeitou a verdade de Deus (Jr 7.23-26) e ignorou a ética da Aliança, acendendo a ira divina. A lição corretamente menciona a não observância do ano sabático (2 Crônicas 36.21) como uma das razões finais para o cativeiro de setenta anos, provando que a quebra das leis sociais e agrárias também é uma transgressão grave da Aliança.
Portanto, a destruição de Jerusalém nos ensina que o castigo de Deus é a resposta a uma sucessão de erros na liderança e no povo. Você deve vigiar contra o orgulho religioso e a falsa segurança em rituais vazios. A obediência à Palavra de Deus deve ser integral, abrangendo a fidelidade pessoal e o compromisso social, para evitar que o juízo se manifeste em sua vida.
SUBSÍDIO II
“O conceito bíblico de justiça é a incorporação de dois conceitos contemporâneos: retidão e justiça. O primeiro designa a conformidade com a norma divina, enquanto o último enfatiza a conformidade com um padrão social do que é certo e equitativo. Concentrar-se exclusivamente no último conceito, impede o correto entendimento de justiça no sentido bíblico.” (Bíblia de Estudo Pentecostal Para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD,2023, p.955).
CONCLUSÃO
A narrativa da destruição de Jerusalém reacende a certeza da justiça e da soberania de Deus, primeiro porque Ele retribui a cada um segundo as suas obras, depois porque conduz a história como quer, sem perder o seu controle. Esta lição mostrou a justa retribuição divina ao pecado. As lições aprendidas do fim de Zedequias, reafirmam a fidelidade de Deus e o seu compromisso com o seu povo e a sua Palavra.
Comentário da Palavra Forte de Deus
A Conclusão desta lição sintetiza o triunfo da teologia profética sobre a tragédia histórica. A destruição de Jerusalém é a prova cabal da Justiça e da Soberania de Deus. O juízo confirma que o Senhor “retribui a cada um segundo as suas obras” (o princípio da Retribuição), removendo qualquer ideia de que Deus é indiferente ou que o pecado fica impune. A justiça, embora severa, é necessária para validar a santidade de Deus e a seriedade de Sua Aliança.
Ademais, a lição nos lembra que Deus “conduz a história como quer, sem perder o seu controle”. Este é o conceito de Soberania Absoluta (a doutrina da Providência). O caos da invasão babilônica foi, na verdade, uma ação orquestrada por Deus para cumprir Sua Palavra (o juízo), reafirmando que Ele é o Senhor da História, e não Nabucodonosor. O trágico fim de Zedequias serve como um testemunho negativo que, paradoxalmente, reafirma a fidelidade de Deus e Seu compromisso com Sua Palavra: se Ele prometeu juízo aos infiéis, Ele o cumpriu.
Portanto, você deve receber esta conclusão como um poderoso chamado à confiança e à responsabilidade. A fidelidade de Deus garante que Suas promessas (e Suas advertências) são seguras. A sua responsabilidade é a submissão. Não tema o Juiz, mas honre o Deus Soberano que recompensa o justo e disciplina o pecador. Que a narrativa de Jerusalém o motive a viver com a certeza de que a mão de Deus está no controle de cada detalhe da sua história.
- Leia também: Lição 10 A Prisão de Jeremias