3 João 11: Como Escolher o Bem e Agradar a Deus

Comentário de 3João

3 João 11: Como Escolher o Bem e Agradar a Deus

 1. Introdução: O Chamado à Ética Cristã

O versículo 11 da terceira carta de João, quando pensamos sobre como devemos agir e influenciar uns aos outros na igreja, nos mostra de forma clara o que é a ética cristã. Ele não é apenas um conselho simples, mas nos ensina sobre sermos filhos de Deus, sobre como imitar a vida de Cristo no dia a dia e sobre a importância de sabermos o que é certo e errado, guiados por Deus.

Assim, este versículo é muito importante e cheio de significado. Para compreendê-lo bem, vamos estudá-lo em partes menores, olhando os detalhes de cada uma e como elas se relacionam. Assim, analisaremos com atenção a frase: “Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus.”

Portanto, o objetivo principal desta análise cuidadosa é mostrar o quanto a ética cristã é importante. Ela reflete de forma verdadeira e autêntica uma fé que está viva e que nos transforma. Essa análise nos desafia com força a examinar como estamos vivendo e a buscar com dedicação e entusiasmo uma vida que agrade a Deus em tudo.

2. “Amado”: O Elo do Amor Fraternal

A palavra “Amado” mostra o carinho e o cuidado de João por Gaio. Essa palavra, que significa “muito amado” ou “caríssimo”, revela que João não está falando com Gaio como um chefe, mas como um amigo e irmão na fé. João escolhe essa palavra porque quer mostrar que o pedido para que Gaio faça o bem vem do amor e da preocupação com o seu bem-estar espiritual, construindo assim uma relação de confiança e afeto.

Sendo assim, todo cristão deve se esforçar para amar e sentir compaixão pelas pessoas que serve. É importante construir relacionamentos de confiança, respeito e apoio mútuo, criando um ambiente onde todos se sintam cuidados e animados a crescer na fé. Se for preciso dar um conselho ou corrigir algo, que seja feito com amor, paciência e humildade, buscando ajudar a pessoa a se recuperar e a crescer espiritualmente, e não apenas mostrando autoridade ou impondo regras.

Nesse sentido, Jesus, que é o nosso maior exemplo, amou seus discípulos de forma completa, corrigindo-os com paciência e ensinando com mansidão e humildade, sempre querendo o melhor para eles (João 13:1-17). Paulo pediu a Timóteo que corrigisse com amor e paciência, buscando ajudar aqueles que se desviaram a se arrependerem e a fortalecerem toda a igreja (2 Timóteo 2:24-26). Pedro também destacou a importância de cuidar do rebanho de Deus com amor e dedicação, sendo um exemplo para os outros e cuidando de todos com zelo (1 Pedro 5:1-4).

3. “Não Sigas o Mal, Mas o Bem”: A Bússola da Ética

A ordem clara “não sigas o mal, mas o bem” nos apresenta uma escolha ética muito importante para todos os que creem. A palavra “sigas” (μιμοῦ, mimou) significa “não imites”, “não sejas como”. Isso mostra que devemos evitar continuamente fazer o que é errado. A palavra “mal” se refere a tudo que é prejudicial, destrutivo e contra a vontade de Deus.

Já “o bem” significa tudo que é bom, correto e que agrada a Deus. Essa ordem nos mostra que precisamos decidir sempre evitar o pecado e buscar fazer o que é justo, seguindo a direção que Deus nos dá. Sendo assim, quem segue a Cristo é chamado a estar sempre atento, sabendo distinguir entre o bem e o mal com a ajuda do Espírito Santo, e a escolher sempre o caminho certo em todas as situações, buscando agradar a Deus em tudo o que faz.

Isso significa que nossas decisões, palavras e ações devem ser guiadas pelos princípios eternos da Bíblia, buscando agradar a Deus em tudo e evitando qualquer coisa que possa nos levar ao pecado, por menor que seja, mantendo sempre a nossa honestidade e a pureza do nosso coração.

No Antigo Testamento, temos Rute, que mostrou grande amor e cuidado por sua sogra Noemi, mesmo em tempos difíceis (Rute 1:16-17). Também vemos Neemias, que se importou com seu povo e liderou a reconstrução dos muros de Jerusalém (Neemias 2:17-18; 6:15-16).

Já no Novo Testamento, Dorcas é um exemplo de pessoa que ajudava os pobres e fazia o bem para todos (Atos 9:36-42). E Barnabé, que era chamado de “filho da consolação”, foi generoso ao doar seus bens e também ajudou outras pessoas a crescerem, como fez com Paulo (Atos 4:36-37; 9:27).

4. “Quem Faz o Bem é de Deus”: A Identidade Divina Refletida

A forte afirmação “Quem faz o bem é de Deus” revela a ligação entre praticar o bem e ser filho de Deus. A expressão “Quem faz o bem” mostra que essa pessoa está sempre fazendo o bem. A palavra “de” (ἐκ, ek) indica que a capacidade de fazer o bem vem de Deus. A frase “é de Deus” diz que quem faz o bem mostra que veio de Deus, mostrando em sua vida o poder divina.

Assim, essa afirmação mostra que praticar o bem é uma prova de que a fé é verdadeira e de que o Espírito Santo mudou a pessoa por dentro, revelando que ela é filha de Deus através de suas ações. Desse modo, quem segue a Jesus é chamado a viver de acordo com a sua nova vida, transformada pelo poder do Espírito Santo, produzindo atitudes corretas que honrem a Deus em tudo o que faz, mostrando que a sua fé é real.

Isso quer dizer que devemos deixar que o Espírito Santo nos transforme cada vez mais à imagem de Cristo, nos dando a capacidade de amar o próximo como a nós mesmos, perdoar quem nos ofende, servir com humildade e abençoar quem nos amaldiçoa, mostrando ao mundo o amor e a bondade de Deus de forma clara e verdadeira.

Jesus disse claramente que seus verdadeiros seguidores são aqueles que permanecem firmes em seus ensinamentos e fazem coisas boas que duram para sempre (João 8:31-32). Paulo ensinou que fomos criados em Cristo Jesus para praticar boas obras, mostrando a todos a bondade de Deus de várias formas (Efésios 2:10), e Tiago destacou que a fé que não vem acompanhada de boas ações não serve para nada e não pode salvar (Tiago 2:26).

5. “Quem Faz o Mal Não Tem Visto a Deus”: A Cegueira Espiritual Resultante

A afirmação forte “quem faz o mal não tem visto a Deus” nos alerta sobre o resultado espiritual de continuar pecando. A expressão “não tem visto” usa uma forma do verbo “ver” que significa “perceber”, “conhecer”. Essa forma verbal indica que a pessoa que faz o mal nunca chegou a conhecer a Deus de verdade.

A falta de visão de Deus mostra que não há um relacionamento pessoal e próximo com Ele. Essa declaração mostra como o pecado é grave, pois ele impede que a pessoa veja a verdade espiritual e conheça a Deus de forma verdadeira, destacando a necessidade de se arrepender e mudar. Quando uma pessoa não “vê” a Deus, ela fica em um estado de cegueira espiritual que a enfraquece e a impede de entender a verdade, de reconhecer a voz de Deus e de aproveitar a vida completa e eterna que só se encontra em Jesus Cristo.

Por isso, quem crê é chamado a buscar a santidade com dedicação e a evitar qualquer coisa que possa levá-lo ao pecado, reconhecendo que ele impede que vejamos a Deus e nos afasta Dele, prejudicando nosso relacionamento com Ele e colocando em risco a nossa salvação. Isso quer dizer que devemos confessar nossos pecados com sinceridade e humildade, nos arrepender de nossos erros e buscar a purificação completa em Cristo, deixando que Ele nos cure e nos guie à luz da Sua verdade, renovando a nossa mente e transformando o nosso coração.

6. “Dos Gentios”: O Alvo do Evangelho

A expressão “dos gentios”, embora não explícita no versículo, é fortemente implícita no contexto da missão de João e seus colaboradores. A carta é endereçada a Gaio, que hospeda missionários itinerantes que provavelmente estão evangelizando gentios.

O apoio a esses missionários demonstra o compromisso com a expansão do evangelho para além dos limites do judaísmo. Este contexto demonstra o chamado para abraçar o coração de Deus por todas as nações, refletindo o amor incondicional de Deus por toda a humanidade.

Assim, quem segue a Cristo é chamado a amar e servir a todos, sem importar de onde vêm, qual a sua raça, cultura ou situação social, compartilhando as Boas Novas com coragem e compaixão. Isso significa que devemos estar dispostos a sair da nossa zona de conforto e ir até aqueles que estão longe de Deus, levando a eles a mensagem de esperança e salvação.

No entanto, o Antigo Testamento já falava sobre a inclusão de todos os povos (Isaías 49:6; Jonas 3:1-10). Jesus derrubou barreiras culturais (João 4:1-42; Mateus 8:5-13), e Paulo foi escolhido para ser apóstolo dos gentios (Gálatas 2:7-9). A missão aos gentios, portanto, é um chamado para abraçarmos o coração de Deus por todas as nações. Ao amarmos e servirmos a todos, demonstramos o amor incondicional de Deus e convidamos outros a experimentar a vida abundante que só Ele pode oferecer.

7. Um Chamado à Transformação

Em resumo, a análise teológica e exegética de 3 João 11 revela a importância da ética cristã, da filiação divina e do discernimento espiritual. Aprendemos que a exortação “Amado, não sigas o mal, mas o bem” nos desafia a examinar nossas próprias escolhas e a buscar uma vida que agrade a Deus em todos os aspectos.

A afirmação “Quem faz o bem é de Deus” nos lembra que nossas ações devem refletir a natureza divina que reside em nós, demonstrando ao mundo o amor e a justiça de Cristo. E a advertência “quem faz o mal não tem visto a Deus” nos confronta com a necessidade de buscar a santidade e de evitar qualquer forma de compromisso com o pecado, permitindo que a luz de Cristo brilhe em nossas vidas e nos capacite a ver a Deus com clareza.

Que a verdade deste versículo nos inspire a buscar uma vida que glorifique a Deus e irradie o Seu amor a todos que nos cercam, para que assim, possamos viver como verdadeiros filhos da luz, guiados pelo Espírito Santo e transformando o mundo ao nosso redor com a graça e a verdade do Evangelho.

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  • Leia também: 3 joão 1:5: praticando a fidelidade e o amor fraternal

1 comentário em “3 João 11: Como Escolher o Bem e Agradar a Deus”

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