Lição 09: Autenticidade E Julgamento Alheio

http:// Desenvolvido por Freepik

Lição 09: Autenticidade E Julgamento Alheio | 1° Trimestre de 2025 | EBD JOVENS

TEXTO PRINCIPAL

“Mas você, por que julga seu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.” (Rm 14.10)

COMENTÁRIO

Este versículo, primordialmente extraído da epístola aos Romanos, lança uma pergunta contundente sobre a prática do julgamento fraterno. Ademais, a questão apresentada por Paulo não apenas questiona a legitimidade de tais juízos, mas também chama para uma profunda reflexão sobre a nossa própria condição diante da justiça divina. Em vez disso, ao invés de nos levantarmos em juízes de nossos semelhantes, deveríamos direcionar nosso olhar para a iminente prestação de contas que todos, indistintamente, teremos que realizar perante o tribunal de Cristo. Nesse sentido, Paulo nos convida a pensar sobre a nossa própria vulnerabilidade e a reconhecer que a capacidade de julgar, em sua plenitude, reside unicamente em Deus. Além disso, porventura não seria mais proveitoso empregar nossas energias na busca por aprimoramento pessoal, em vez de nos dedicarmos a examinar as falhas alheias? 

RESUMO DA LIÇÃO

Deus, em sua soberania, é o único juiz com conhecimento perfeito e justiça imparcial.

COMENTÁRIO

A assertiva central desta lição reside na constatação da soberania divina como fundamento último da justiça. De fato, somente Deus, em sua onisciência, possui a capacidade de julgar com perfeição e imparcialidade, superando, assim, as limitações inerentes à nossa perspectiva humana. Consequentemente, a presunção de julgar configura-se como uma usurpação da prerrogativa divina, uma tentativa vã de nos colocarmos em uma posição que nos é inatingível. Nesse contexto, ao invés de nos deixarmos seduzir pela ilusão de um julgamento absoluto, deveríamos nos render à sabedoria e à justiça de Deus, reconhecendo, destarte, a nossa própria falibilidade e a necessidade de confiar em sua providência.

LEITURA SEMANAL

SEGUNDA – Jo 8.7 Quem pode atirar a primeira pedra?
TERÇA – Rm 2.1 Você é indesculpável quando julga
QUARTA – 1 Co 4.5 Nada julgueis antes do tempo
QUINTA – GL 6.1 Trate os que erram com mansidão
SEXTA – Ef 4.32 Aja com benignidade
SÁBADO – 1 Pe 4.8 O amor cobrirá uma multidão de pecados

TEXTO BÍBLICO
Mateus 7.1-5

1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
2 Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos medirão a vós.
3 Por que reparas tu no cisco que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu próprio olho?
4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, estando uma trave no teu?
5 Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Tiago 4.11,12

11 Irmãos, não falem mal uns dos outros. Quem que fala mal de um irmão e julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; e, se julgas a lei, não és mais observador da lei, mas juiz.
12 Um só é Legislador e Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?

OBJETIVOS

COMPREENDER a natureza do julgamento alheio;
EXPLICAR a soberania de Deus como único juiz:
DESTACAR a importância da humildade e a compreensão entre irmãos.

INTERAÇÃO

Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo veremos o que a Carta de Tiago nos ensina a respeito do falar mal do irmão e julgá-lo. A tendência humana de julgar precipitadamente, sem pleno conhecimento é muitas vezes resultado do nosso orgulho, por isso deve ser substituída por uma atitude de humildade e compreensão. Deus, sendo o único Juiz justo e conhecedor de todas as coisas, nos chama a deixar toda avaliação em suas mãos e a focar na nossa própria transformação. Ao evitar a condenação e promover a misericórdia, refletimos a verdadeira autenticidade cristã e caminhamos mais próximos ao coração de Deus. Que em nosso cotidiano, possamos praticar a graça e a compaixão, deixando o julgamento para aquele que é verdadeiramente digno e capaz de exercê-lo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, inicie a lição fazendo a seguinte indagação: “Qual o perigo de se julgar alguém ou falar mal dele?” Ouça os alunos com atenção. Explique que falar mal de um irmão ou julgá-lo é tornar-se juiz. Quando condenamos uma pessoa, estamos condenando o nosso próximo e aquele que o criou, o próprio Deus. Somente o Todo-Poderoso tem poder para julgar e legislar em favor das suas criaturas. Diga que o Mestre nos ensinou que antes de julgar o nosso próximo devemos examinar a nós mesmos. Em seguida leia e discuta com os alunos o texto de Mateus 7.1-3. Ao julgar a Lei, a pessoa se coloca acima dela, assumindo uma posição de autoridade que pertence exclusivamente a Deus. Tiago está enfatizando a presunção e a arrogância de quem se acha no direito de julgar os outros. Isso é particularmente grave porque a função do cristão é observar e obedecer a Lei, não julgar.

INTRODUÇÃO

Já sabemos que a Carta de Tiago é rica em conselhos práticos para uma vida cristã próspera. Na lição deste domingo veremos os conselhos e advertências a respeito do julgamento alheio. Tiago nos exorta que todo e qualquer julgamento pertence exclusivamente a Deus. Então, vamos refletir a respeito da natureza do julgamento dos homens, a soberania de Deus como único juiz e a necessidade de praticar a humildade e a compreensão nas relações interpessoais.

COMENTÁRIO

A introdução contextualiza a lição, em primeiro lugar, no âmbito da carta de Tiago, ressaltando o seu caráter prático e o seu foco na vivência cristã. Ademais, ao anunciar a temática do julgamento alheio e a exortação à humildade e à compreensão, a introdução desperta o interesse dos alunos e os prepara para o estudo aprofundado que se seguirá. Da mesma maneira, a promessa de refletir sobre a natureza do julgamento humano, a soberania divina e a importância da humildade sinaliza um percurso de reflexão abrangente e enriquecedor. Portanto, como podemos aplicar os ensinamentos da carta de Tiago em nossa vida cotidiana, de forma a promover relacionamentos mais saudáveis e uma sociedade mais justa?

I- A NATUREZA DO JULGAMENTO HUMANO

1- Cuidado com a precipitação. Muitas vezes, julgamos precipitadamente uma pessoa, sem conhecer todos os fatos. Esse julgamento pode nos levar a cometer injustiças. Por isso Tiago aborda os efeitos maléficos dos conflitos, disputas e o julgamento entre os irmãos. Ele identifica o orgulho e a cobiça como as raízes desses conflitos e chama os crentes à humildade e à submissão a Deus. A exortação “não faleis mal uns dos outros” é uma advertência divina para evitar qualquer forma de calúnia, difamação ou critica. No grego, a expressão utilizada é katalaleite, que pode ser traduzida como “caluniar” ou “difamar” pessoas ausentes, que não podem se defender das injúrias. Falar mal dos outros prejudica a reputação alheia, mas também mina a unidade e o amor dentro da igreja levando à mornidão espiritual.

COMENTÁRIO

Este primeiro ponto ressalta a importância da cautela e da ponderação antes de proferir qualquer juízo sobre o próximo. Com efeito, a precipitação, frequentemente alimentada pela ignorância e pela falta de empatia, pode nos levar a cometer graves injustiças, ferindo, assim, a reputação e a dignidade de nossos irmãos. Ademais, Tiago, com sua sabedoria pastoral, identifica o orgulho e a cobiça como as raízes desses conflitos, exortando-nos, portanto, à humildade e à submissão a Deus. Além disso, a análise da palavra grega katalaleite enriquece a compreensão da exortação “não faleis mal uns dos outros”, revelando, dessa forma, a gravidade da calúnia e da difamação. Destarte, a lição nos faz refletir sobre a importância da unidade e do amor fraterno dentro da comunidade cristã, alertando-nos para os efeitos prejudiciais da maledicência. 

2- Falta de conhecimento. Somos limitados em nosso conhecimento. Por isso, quando julgamos os outros, baseamo-nos geralmente em informações que muitas vezes podem estar incompletas ou erradas. Tiago prossegue dizendo que quem fala mal de um irmão e julga a seu irmão, na verdade, fala mal da Lei e julga a Lei. Aqui, “lei” provavelmente se refere à “Lei Régia” mencionada em Tiago 2.8: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” Criticar e julgar os outros é, portanto, uma violação direta desse mandamento.

COMENTÁRIO

A consciência de nossas limitações cognitivas é fundamental para refrear a nossa tendência a julgar. Isto porque, o conhecimento humano é sempre parcial e fragmentado, sujeito a interpretações equivocadas e vieses inconscientes. Nesse sentido, ao julgarmos os outros com base em informações incompletas ou distorcidas, corremos o risco de cometer graves injustiças e de violar, consequentemente, o princípio fundamental do amor ao próximo. Ademais, Tiago, com sua perspicácia característica, associa o ato de julgar ao descumprimento da “Lei Régia”, que resume todos os mandamentos em um único preceito: amar o próximo como a si mesmo. Portanto, ao criticarmos e condenarmos os outros, estamos, na verdade, negando a nossa própria humanidade e nos afastando do ideal de fraternidade universal. Em vista disso, como podemos desenvolver a humildade intelectual e a abertura para o diálogo, de forma a expandir os nossos horizontes de compreensão e a evitar julgamentos precipitados?

3- Julgamento e orgulho. O julgamento humano é frequentemente influenciado pelo orgulho. Ao julgar os outros, muitas vezes, nos consideramos melhores ou mais justos, ignorando nossos próprios defeitos e falhas. O julgamento, como resultado do orgulho, não só nos prejudica espiritualmente, mas também prejudica nossos relacionamentos. Ele cria divisões, ressentimentos e impede a verdadeira comunhão. O orgulho é um sentimento negativo que nos faz sentir superiores aos outros. Ele nos impede de enxergar as nossas próprias falhas e nos leva a focar nos erros dos outros. Nas Escrituras Sagradas, este sentimento é repetidamente condenado como um pecado que nos afasta de Deus. Quando julgamos os outros com base em nossas percepções e sentimentos, estamos essencialmente dizendo que somos melhores ou mais justos do que eles. Esse é um ato de presunção que contraria a humildade, a santidade e a justiça de Deus.

COMENTÁRIO

O orgulho, essa raiz amarga de tantos males, frequentemente se manifesta através do julgamento implacável dos outros. De fato, ao nos considerarmos superiores e mais justos, obscurecemos a nossa própria falibilidade e nos tornamos cegos para as nossas próprias imperfeições. Em consequência disso, o julgamento, alimentado pelo orgulho, corrói os nossos relacionamentos, semeando a discórdia e o ressentimento, e nos afasta da verdadeira comunhão. Ademais, as Escrituras Sagradas, em sua sabedoria milenar, condenam o orgulho como um pecado que nos separa de Deus e nos impede de amar o próximo como a nós mesmos. Assim, ao julgarmos os outros com base em nossas percepções e sentimentos, estamos, na verdade, proclamando a nossa própria superioridade e desafiando a santidade e a justiça divinas. 

SUBSÍDIO 1

“Tiago nos ensina que falar mal do irmão e julgá-lo nos torna juiz da lei. Sabemos que só existe um único juiz e legislador – Deus. Quem somos nós para julgar nossos irmãos em Cristo? Como seres humanos somos falhos, imperfeitos e não conhecemos o que vai no interior de cada um. Deus é santo, justo e conhece as nossas verdadeiras intenções, por isso, somente Ele tem como julgar as pessoas com retidão. Em o Novo Testamento, Jesus afirmou que a lei se resume em dois mandamentos, amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo. Quem ama o seu irmão não o julga. E quem não ama já está descumprindo a lei divina. Quais têm sido suas atitudes para com seus irmãos? Você os ama, os compreende, ou tem se colocado diante de cada um como um juiz impiedoso? Não se esqueça das advertências do nosso Mestre: “Não julgueis, para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós” (Mt 7.1.2). “Julgar ou submeter-se à Lei? Tiago inicia uma transição da convocação dos crentes para o seu preparo para o iminente julgamento, exortando-os a cumprir sua responsabilidade perante os semelhantes que, por sua vez, também o enfrentarão. Faz essa mudança de retórica e repetindo o aviso feito em 3.1, que voltará a focalizar em 5.1- 9. aconselhando a respeito da atitude que as pessoas devem ter para com seus semelhantes. Tiago é claramente enfático na sua denúncia sobre como os crentes, às vezes, tratam os outros (‘não faleis mal uns dos outros, v. 11). Essa tendência de falar julgando e condenando os outros, talvez sem um verdadeiro motivo (calúnia), certamente representa uma das razões pelas quais ele previne contra o orgulho de assumir responsabilidades de um ensinador (3.1). O adequado papel de um mestre é ‘convencer do erro do seu caminho um pecador’ (5.20), e não o condenar (cf. 7.1-5).” (Adaptado de Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p. 1683).

II- A SOBERANIA DE DEUS COMO ÚNICO JUIZ

1- Deus conhece tudo. Tiago 4.12 afirma: “Há um só Legislador e um Juiz, que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” Deus é o único que possui conhecimento perfeito (onisciência) de todas as situações e das intenções dos corações humanos. Por essa razão somente Ele tem autoridade para julgar, salvar e destruir. Ao tomar para nós o papel de juiz, estamos usurpando a autoridade do Senhor. Esse conhecimento absoluto garante que seus julgamentos sejam sempre perfeitos e equitativos, pois Ele vê além das aparências e entende a totalidade da situação.

COMENTÁRIO

A doutrina da onisciência divina é o fundamento da soberania de Deus como único Juiz. De fato, somente Ele, em sua infinita sabedoria, conhece todas as situações e intenções dos corações humanos, o que lhe confere, por conseguinte, a autoridade exclusiva para julgar, salvar e destruir. Nesse sentido, ao usurparmos o papel de juízes, estamos desafiando a própria ordem do universo e nos arrogando um poder que não nos pertence. Ademais, o conhecimento absoluto de Deus garante que os seus julgamentos sejam sempre perfeitos e equitativos, pois Ele vê além das aparências e compreende a totalidade da situação. Em vista disso, como podemos cultivar a humildade e reconhecer a nossa própria limitação diante da vastidão do conhecimento divino?

2- Justiça perfeita. Somente Deus é justo. Sua justiça é parte da sua natureza santa, ao contrário do ser humano que é imperfeito e injusto. Em Deuteronômio 32.4. Moisés nos diz que “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.” Deus julga com equidade, assegurando que cada pessoa receba exatamente o que merece, de acordo com sua perfeita justiça.

COMENTÁRIO

A justiça divina, intrínseca à natureza santa de Deus, contrasta com a imperfeição e a injustiça inseparável à condição humana. Com efeito, a declaração de Moisés em Deuteronômio 32.4 proclama a perfeição da obra de Deus, a retidão de seus caminhos e a ausência de injustiça em seu ser. Dessa forma, Deus julga com equidade, assegurando que cada pessoa receba o que lhe é devido, de acordo com a sua perfeita justiça. Não obstante, como podemos buscar a justiça em nossas próprias vidas e relacionamentos, inspirados no exemplo da justiça divina, ainda que conscientes de nossas próprias limitações e imperfeições?

3- Autoridade exclusiva. Deus possui autoridade exclusiva para julgar porque Ele é o Criador de todas as coisas. Sua soberania abrange todo o universo e, por ser o Criador, tem direitos sobre as criaturas. Cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. A usurpação dessa autoridade é uma afronta à soberania divina, e um sinal de falta de humildade e submissão da nossa parte. A Bíblia ensina que haverá um julgamento final, onde o Senhor julgará todos os seres humanos com base em suas obras e em sua fé em Cristo (Ap 20.12).

COMENTÁRIO

A autoridade exclusiva de Deus para julgar deriva de sua condição de Criador de todas as coisas. Em virtude disso, Sua soberania abrange todo o universo, e Ele, como Criador, tem direitos inalienáveis sobre suas criaturas. Dessa forma, cada um de nós prestará contas a Deus, no julgamento final, com base em nossas obras e em nossa fé em Cristo. Portanto, a usurpação da autoridade divina é uma afronta à Sua soberania e um sinal de falta de humildade e submissão de nossa parte. Assim sendo, como podemos viver em constante reconhecimento da soberania divina, submetendo nossas vidas e decisões à Sua vontade e aguardando com esperança o julgamento final?

SUBSÍDIO 2

“Tiago identifica dois problemas que se originam quando as pessoas reivindicam as prerrogativas de um julgamento que por direito pertence somente a Deus, o ‘único Legislador e Juiz’ (v. 12). Ao condenarmos outros, estamos principalmente condenando a própria lei. Talvez Tiago acreditasse que esse era o caso porque quando condenamos as pessoas estamos condenando aqueles que foram ‘feitos à semelhança de Deus’ (3.9), e assim, implicitamente, estamos condenando o próprio Deus (cf. Rm 14.1-8). Aqueles que julgam os semelhantes estão se posicionando como juízes acima da lei ao invés de submeterem-se a ela (‘se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz’, Tg 4.11); isto é, inevitavelmente o padrão de comportamento que reproduz o desejo do juiz humano e não a vontade de Deus (veja 4.13-17). Ao invés de nos atermos às omissões dos semelhantes na obediência à lei de Deus, deveríamos nos concentrar em nossa submissão a Ele (4.7) e à sua lei.” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2004, p. 1683.)

III- A HUMILDADE E A COMPREENSÃO ENTRE IRMÃOS

1- Evite criticar. Tiago nos aconselha a não falar mal uns dos outros (v. 11) e para que isso aconteça, precisamos ter uma atitude de humildade com os nossos irmãos, reconhecendo nossas próprias falibilidades. Ao nos lembrar de que somos pecadores e que necessitamos da graça de Deus, nos tornamos mais humildes e menos propensos a criticar e falar mal dos outros. A humildade nos leva a agir com compaixão e misericórdia, em vez de críticas. Não podemos jamais compactuar com os erros dos irmãos, mas precisamos orar para que haja arrependimento e crer no perdão e na misericórdia divina.

COMENTÁRIO

Este ponto central ressalta a importância da humildade como antídoto para a crítica e a maledicência. De fato, ao reconhecermos as nossas próprias falibilidades e a nossa dependência da graça de Deus, nos tornamos menos propensos a julgar e condenar os outros. Consequentemente, a humildade nos conduz à compaixão e à misericórdia, inspirando-nos, assim, a orar pelo arrependimento de nossos irmãos e a crer no perdão e na misericórdia divina. Não obstante, como podemos cultivar a humildade em nossas vidas, de forma a nos tornarmos mais tolerantes e compassivos com as fraquezas dos outros, sem, todavia, compactuar com o erro?

2- Ame. Quando você for criticar alguém lembre-se da lei do amor de Deus (Mt 22.37-40) e diga algo bom. Jesus ensina em Mateus 7.3-5 que devemos primeiro remover a trave do nosso próprio olho antes de tentar remover o cisco do olho do nosso irmão. Obedecer ao mandamento de amar ao próximo implica falar e agir de maneira a edificar, e não a destruir. O amor ao próximo é um dos pilares do ensinamento cristão e o verdadeiro amor se manifesta em palavras e ações que promovem o bem-estar e o crescimento do outro. Falar mal dos outros evidencia falta de amor. Quando amamos o próximo como a nós mesmos, tratamos as falhas dos outros com a mesma compreensão e paciência com que gostaríamos de ser tratados.

COMENTÁRIO

O amor, fundamento da lei de Deus, é o antídoto definitivo para a crítica e o julgamento. Isto posto, ao nos lembrarmos do mandamento de amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, somos desafiados a buscar o bem-estar e o crescimento de nossos irmãos, em vez de nos deleitarmos em suas falhas e fraquezas. Nesse sentido, a imagem da trave e do cisco, utilizada por Jesus, ilustra a importância do autoexame e da humildade antes de nos dedicarmos a corrigir os outros. Em outras palavras, o verdadeiro amor se manifesta em palavras e ações que edificam, que encorajam e que promovem a reconciliação. Assim sendo, como podemos amar o próximo de forma concreta e eficaz, demonstrando compaixão e paciência, mesmo diante de suas falhas e imperfeições?

3- Seja misericordioso. Uma atitude de compreensão e misericórdia reflete o caráter de Cristo em nós. Se quisermos ter bons relacionamentos, precisamos nos esforçar para entender as circunstâncias e lutas dos outros, oferecendo apoio e compaixão em vez de julgamento.

COMENTÁRIO

A misericórdia, atributo essencial do caráter de Cristo, deve ser a marca distintiva de seus seguidores. De fato, ao nos esforçarmos para compreender as circunstâncias e as lutas dos outros, demonstramos compaixão e oferecemos apoio em vez de julgamento. Por conseguinte, a misericórdia promove a reconciliação e fortalece os laços de fraternidade, construindo, assim, relacionamentos saudáveis e duradouros. Em face disso, como podemos cultivar a misericórdia em nossos corações e praticá-la em nossos relacionamentos, seguindo o exemplo de Cristo, que demonstrou compaixão e perdão até o fim?

SUBSÍDIO 3

Professor(a), explique que, como crentes, devemos evitar as críticas e amar a todos. Porém, “Cristo não negou a necessidade de exercitar o discernimento ou de fazer julgamentos de valores com relação ao pecado na vida dos outros. Certamente devemos fazer isto a fim de nós mesmos evitarmos o pecado.” (Adaptado da Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1210.)

CONCLUSÃO

Esta lição nos oferece uma visão clara sobre o julgamento alheio, enfatizando que essa prerrogativa pertence exclusivamente a Deus. A tendência humana de julgar precipitadamente, sem pleno conhecimento e muitas vezes por orgulho, deve ser substituída por uma atitude de humildade e compreensão. Deus, sendo o único juiz justo e conhecedor de todas as coisas, chama-nos a deixar toda avaliação em suas mãos. Ao evitar a condenação e promover a misericórdia, refletimos a verdadeira autenticidade cristã e caminhamos mais próximos ao coração de Deus. Que possamos praticar a graça e a compaixão, deixando o julgamento para aquele que é verdadeiramente digno e capaz de exercê-lo.”

COMENTÁRIO

A conclusão sintetiza os principais ensinamentos da lição, reforçando a necessidade de substituir o julgamento precipitado pela humildade e pela compreensão. Em suma, a mensagem central é que a prerrogativa de julgar pertence exclusivamente a Deus, e que devemos deixar toda avaliação em Suas mãos. Desse modo, ao evitarmos a condenação e promovermos a misericórdia, refletimos a verdadeira autenticidade cristã e nos aproximamos do coração de Deus. Portanto, a exortação final é para que pratiquemos a graça e a compaixão, reconhecendo que somente Deus é verdadeiramente digno e capaz de exercer o julgamento. Assim sendo, como podemos aplicar os ensinamentos desta lição em nossas vidas cotidianas, de forma a promover relacionamentos mais saudáveis e uma sociedade mais justa, inspirados no exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou por nós?

Leia a lição 08 aqui: https://palavrafortededeus.com.br/licao-08-autenticidade-um-antidoto/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima