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Lição 03: A Encarnação do Verbo | 1° Trimestre de 2025 | EBD – ADULTOS
Texto Áureo
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.14)
Comentário: Este versículo do Evangelho de João revela o profundo mistério da encarnação de Cristo, onde o Verbo, a Palavra divina que estava com Deus desde o princípio e que era Deus, se fez carne e habitou entre nós. A palavra “habitou” implica uma presença real e tangível, indicando que Jesus não veio apenas por um momento fugaz, mas que fez Sua morada permanente entre os seres humanos. Assim, Ele se fez completamente humano, vivendo a experiência humana de forma plena. A glória mencionada nos versículos refere-se à manifestação visível de Cristo, uma glória única, refletindo a natureza do Unigênito do Pai. Além disso, essa glória é descrita como sendo cheia de graça e verdade, duas qualidades essenciais que definem Sua natureza e missão redentora. Dessa forma, revela-se que Ele é uma revelação completa de Deus para a humanidade, trazendo salvação e plenitude de vida a todos os que creem.
VERDADE PRÁTICA
A vinda do Filho de Deus em forma humana é um fato presenciado por muitas testemunhas, por isso a negação da sua historicidade não se sustenta.
Comentário: Este ensino reforça que a encarnação de Jesus não é apenas uma doutrina religiosa ou uma crença subjetiva, mas um evento histórico comprovado por diversas testemunhas, tanto bíblicas quanto extra-bíblicas. A experiência dos discípulos, a vivência de quem esteve com Jesus, e até mesmo os relatos de historiadores não cristãos, como Flávio Josefo e Tácito, atestam a veracidade de que Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, realmente veio ao mundo em carne. Negar esse fato histórico é ignorar não apenas o testemunho das Escrituras, mas também os registros históricos que sustentam a transmissão da encarnação de Cristo, uma verdade que permanece firme e inabalável.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 João 1.1-3; 4.1-3; 2 João 7
1 João 1
1- O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida
2- (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada),
3- o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.
1 João 4
1- Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.
2- Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
3- e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo.
2 João
7- Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
INTRODUÇÃO
Vamos começar a apologética cristológica no presente trimestre com o tema “A Encarnação de Jesus”, uma doutrina sobre a humanidade de Cristo. O mesmo apóstolo João que se empenha em mostrar a deidade absoluta de Jesus, se preocupa também em enfatizar que Jesus viveu entre nós, participou da natureza humana e teve corpo físico humano. A presente lição é uma apologia à sua humanidade plena.
Comentário: O Pastor Esequias Soares inicia esta lição abordando a apologética cristológica, com ênfase na humanidade de Cristo. Ele ressalta que o apóstolo João, enquanto defensor da divindade absoluta de Jesus, também se comprometeu em destacar sua humanidade plena. Essa lição é uma defesa sólida contra heresias que tentaram negar a encarnação e a corporeidade de Jesus, mostrando que Ele viveu entre os homens, participou da natureza humana e experimentou o desenvolvimento físico, emocional e espiritual. A abordagem traz clareza e fundamentação bíblica, preparando os crentes para enfrentar questionamentos teológicos.
I- HERESIAS QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO
O que é Docetismo?
O termo vem do grego dokeo, que significa “ter aparência”. O Docetismo é a mais antiga heresia da história da igreja e consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era simplesmente uma aparência, como um fantasma.
O que os docetas ensinavam sobre Jesus?
Os seguidores dessa heresia ensinavam muitas coisas fora das Escrituras e contrárias à Palavra de Deus. O nosso enfoque destaca a humanidade de Jesus, como o verdadeiro homem. Lucas descreve um começo muito humano. Jesus teve parentes e amigos, Zacarias e Isabel (Lc 1.5), José e Maria (Lc 2.4,5), vizinhos e primos (Lc 1.36,58), pastores (Lc 2.8), Simeão, Ana (Lc 2.25,37). Isso sem contar o relato sagrado de sua infância, que enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual (Lc 2.40,52).
Comentário: O Pastor Esequias Soares explica que o Docetismo, derivado do termo grego dokeo (“ter aparência”), foi a primeira heresia a negar a humanidade de Cristo. Segundo essa visão, Jesus apenas parecia ser humano, mas não possuía um corpo físico verdadeiro. Contudo, o comentarista contrasta esse erro com os relatos bíblicos, especialmente de Lucas, que detalha a vida familiar de Jesus, mencionando parentes, vizinhos e amigos. Portanto, a Bíblia também descreveu seu crescimento físico, intelectual e espiritual, refutando qualquer noção de que Ele fosse apenas uma aparência fantasmagórica.
3- O que os principais docetas diziam sobre Jesus?
Três dos principais heresiarcas negavam que Jesus Cristo tivesse vindo em carne. Cerinto negava o nascimento virginal de Jesus Cristo e ensinava o Docetismo. Ele foi contemporâneo do apóstolo João em Éfeso. Saturnino, o principal representante do Gnosticismo sírio, ensinava que Jesus Cristo não nasceu, não teve forma e nem corpo, foi simplesmente visto de forma humana em mera aparência. Marcião é outro heresiarca que negava ser Cristo verdadeiramente humano, mas quanto ao seu corpo, não se sabe se na opinião dele era apenas uma aparência ou de substância etérea. No entanto, a Bíblia declara de maneira direta que Jesus nasceu, mencionando até mesmo o local, em Belém da Judéia (Mt 2.1; Lc 2.11), e à época, no reinado de César Augusto, imperador romano (Lc 2.1). A Bíblia fala também do corpo físico de Jesus (Jo 2.21).
O Pastor Esequias Soares destaca os principais líderes do Docetismo e suas heresias sobre Jesus. Cerinto, contemporâneo de João em Éfeso, negou o nascimento virginal de Cristo. Saturnino, representante do Gnosticismo sírio, afirmava que Jesus não possuía forma ou corpo, sendo apenas uma ilusão. Marcião, por sua vez, rejeitava a humanidade de Cristo, mas não era claro se acreditava em um corpo etéreo ou aparente. O comentarista reafirma que a Bíblia apresenta Jesus como verdadeiramente humano, nascido em Belém sob o reinado de César Augusto, com referências diretas ao seu corpo físico (Jo 2.21).
II- A AFIRMAÇÃO APOSTÓLICA DA CORPOREIDADE DE JESUS
“O que era desde o princípio” (Jo 1.1).
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, denominados de Evangelhos Sinóticos, apresentam Jesus, ressaltando seus aspectos humanos, ao passo que João reforça o aspecto divino. Os três Evangelhos expõem Jesus exteriormente, ao passo que João o revela interiormente. Pode-se dizer que o Evangelho de João é uma interpretação de Jesus. A expressão “O que era desde o princípio” é uma reiteração daquilo que o apóstolo afirma na introdução do Evangelho que leva o seu nome: “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1), isso significa que o Verbo já existia mesmo antes da criação (Gn 1.1). Mas João nunca perde de vista que “o Verbo se fez carne”. Não se contenta apenas com isso, mas apresenta detalhes importantes, é que o Verbo não somente se fez carne, para não deixar dúvida alguma, “e habitou entre nós”, mas também foi visto pelas pessoas (Jo 1.14).
Comentário: O apóstolo João, no início de seu Evangelho e em suas epístolas, apresenta uma afirmação contundente sobre a corporeidade de Jesus. A expressão “O que era desde o princípio” (1 Jo 1.1) ecoa o prólogo de João 1.1: “No princípio era o Verbo.” Essa ênfase demonstra a pré-existência de Cristo antes da criação e sua plenitude. Contudo, João não negligencia a humanidade do Verbo, declarando que Ele “se fez carne” e habitou entre nós. Essa afirmação reforça que Jesus não apenas nasceu uma forma humana, mas viveu entre as pessoas, sendo visto e tocado (Jo 1.14). Dessa forma, João apresenta um testemunho histórico e inquestionável sobre a encarnação.
A reafirmação apostólica (v.1b).
O apóstolo reitera o que afirma na introdução do seu Evangelho: “o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. Isso pode parecer até uma redundância, “vimos com os nossos olhos”, mas o propósito é mostrar com muita ênfase, sem deixar dúvida alguma, que o Senhor Jesus veio em carne ao mundo, e que pôde ser tocado pelos que com Ele conviveram (Jo 20.27). Veja que a presença do nome de Pilatos no Credo dos Apóstolos o posiciona nos acontecimentos passados. Ele “sofreu sob Pôncio Pilatos”, ou seja, padeceu nas mãos de um personagem da história, logo, o Senhor Jesus só pode também ser alguém da história (Rm 1.3).
Comentário: João reafirma a corporeidade de Jesus ao dizer: “O que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1.1b). Essa descrição enfática refutou qualquer alegação de que Jesus não possuía um corpo físico. A redundância aparente, como “vimos com os nossos olhos”, tem o propósito de destacar a veracidade dos acontecimentos. Além disso, o apóstolo testemunhou que Jesus não foi apenas uma ideia ou um espírito, mas uma pessoa histórica que sofreu sob Pôncio Pilatos, como registrado no Credo dos Apóstolos. Portanto, essa declaração posiciona Jesus no cenário histórico, confirmando sua plenitude e corporeidade.
Uma crença herética (1 Jo 4.2,3).
João viveu seus últimos dias na cidade de Éfeso, que era a cidade de Cerinto, o doceta. Os escritos do apóstolo João, o Evangelho, as três Epístolas e o Livro de Apocalipse, foram produzidos na última década do primeiro século. Nessa época, o docetismo já se difundia entre os cristãos. Por isso, o apóstolo esclarece, e de maneira direta, que todo aquele que nega que Jesus veio em carne não é de Deus (1 Jo 4.3). Veja a gravidade dessa heresia, pois se Jesus não teve corpo físico real, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1-3,17,18). Por essa razão, o apóstolo João foi contundente contra os docetas. Os expoentes de tal crença são chamados de “enganadores” (2 Jo 7).
Comentário: João combate diretamente o Docetismo, uma heresia difundida no primeiro século que negava que Jesus veio em carne. Em 1 João 4.2-3, o apóstolo ensina que confessar a encarnação de Jesus é um sinal de que alguém é de Deus. Por outro lado, quem nega essa verdade manifesta o espírito do anticristo. Além disso, a gravidade dessa heresia é imensa, pois negar a corporeidade de Jesus implica na negação de sua morte e ressurreição, destruindo, assim, o Alicerce da salvação cristã (1 Co 15.1-3,17-18). Dessa forma, João é categórico ao chamar os adeptos dessa crença de “enganadores” (2Jo 7), protegendo, portanto, a igreja da influência dessas doutrinas falsas.
III- COMO ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE
Quanto ao nascimento virginal de Jesus.
Há movimentos que negam o nascimento virginal de Jesus, como os mórmons, a Igreja da Unificação, e ensinam que Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. Negar a concepção e o nascimento virginal de Jesus é uma das marcas desses movimentos. É o ensino moderno de Cerinto e seus seguidores. A Bíblia anuncia de antemão a concepção e nascimento virginal de Jesus desde o Antigo Testamento(Is 7.14) e seu cumprimento histórico no Novo Testamento. Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18,20); ο anjo Gabriel disse a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1.35).
Comentário: As heresias que negam a encarnação de Jesus permanecem vivas nos movimentos modernos, como os mórmons e a Igreja da Unificação, que rejeitam o nascimento virginal de Cristo. Esses ensinos ecoam, portanto, o pensamento de Cerinto, que afirmava que Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo. A Bíblia, no entanto, desde Isaías 7.14 até os Evangelhos, confirma de maneira clara o nascimento milagroso de Jesus, fruto da ação do Espírito Santo (Mt 1.18,20; Lc 1.35). Negar essa verdade é, assim, rejeitar o fundamento divino da encarnação, uma doutrina essencial para a redenção da humanidade.
Quanto à morte e à ressurreição de Cristo.
O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, o cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucificado, e que o populacho o tomou por Jesus. Assim sendo, Cristo apenas presenciou a crucificação de Simão, seu suposto sósia. O Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, declara que o Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma simulação (Alcorão 4.157). Nas notas explicativas de rodapé nas edições do Alcorão, eles afirmam que um sósia de Jesus foi levado à cruz. Isso se parece com a ideia de Basilides. Essa doutrina contraria todo o pensamento bíblico e os fatos históricos. A Bíblia ensina que Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos (1 Co 15.3,4).
Comentário: O pastor Esequias Soares nos ensina que o gnosticismo, representado por Basilides, nega a crucificação de Cristo, alegando que outro tomou seu lugar na cruz. Essa doutrina está em total desacordo com os ensinamentos bíblicos, que afirma de maneira clara que Jesus morreu pelos pecados da humanidade e ressuscitou, garantindo a salvação dos crentes (1 Co 15.3-4). Além disso, a confirmação histórica da morte de Jesus é extremamente reconhecida. Historiadores como Flávio Josefo e Tácito atestam a execução de Jesus sob Pôncio Pilatos, reforçando a veracidade dos relatos evangélicos. Essa harmonia entre os testemunhos históricos e as Escrituras demonstram, com firmeza, que a morte e ressurreição de Jesus são fatos históricos inquestionáveis, que fundamentam nossa esperança cristã.
Confirmação histórica.
A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável. Historiadores não cristãos, judeus e romanos, atestaram a morte de Jesus. Flávio Josefo, historiador judeu (37-100 d.C.), disse: “acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte”. O historiador romano Tácito (55-117 d.C.) escreveu: “Aquele de quem levavam o nome, Cristo, foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos”. A Bíblia declara que Jesus “depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3).
Comentário: O Pastor Esquias Soares nos ensina que a morte de Jesus é um fato confirmado tanto pela Bíblia quanto pela história. Testemunhos de historiadores cristãos corroboram os relatos bíblicos. Além disso, historiadores não cristãos, como Flávio Josefo e Tácito, também validaram esse evento. Flávio Josefo, historiador judeu do século I, registrou: “Acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o amaram durante a sua vida não o abandonaram depois da morte.” De maneira semelhante, o historiador romano Tácito também atestou: “Aquele de quem levavam o nome, Cristo, foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos.” Esses registros históricos, fontes de fontes externas ao cristianismo, confirmam o evento central da fé cristã. A Escritura complementa esses testemunhos ao declarar que Jesus, após sua morte, “se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3). Dessa forma, a evidência bíblica e histórica refuta qualquer tentativa de negar a crucificação de Jesus, afirmando sua centralidade para a redenção da humanidade.
CONCLUSÃO
As expressões “o Verbo se fez carne” e “Jesus Cristo veio em carne” significam uma resposta aos docetas. Os Evangelhos revelam vários atributos característicos do Jesus ser humano. Ele foi revestido do corpo físico porque o pecado entrou no mundo por um homem, e pela justiça de Deus tinha de ser vencido por um ser humano. Jesus se encarnou. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem.
Comentário: O Pastor Esequias Soares conclui a lição destacando que as expressões “o Verbo se fez carne” e “Jesus Cristo veio em carne” refutam as heresias docéticas. A encarnação de Jesus foi necessária, pois, como homem, Ele poderia vencer o pecado que entrou no mundo por meio de um homem. Sua vida sem pecado e sua vitória sobre a morte são a base da nossa salvação. Portanto, a lição exorta os crentes a se firmarem na verdade bíblica e a proclamarem com ousadia a humanidade de Cristo, que veio em carne para redimir a humanidade.
Leia a lição 02 aqui: https://palavrafortededeus.com.br/somos-de-cristo/
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