3 JOÃO 1.6 APRENDA A HONRAR A DEUS

Comentário de 3João

3 JOÃO 1.6 APRENDA A HONRAR A DEUS APOIANDO SEUS MENSAGEIROS

“6 Que em presença da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás;” 3 João 1.6

1. INTRODUÇÃO

A curta epístola de 3 João oferece um entendimento precioso da dinâmica da Igreja primitiva e dos desafios enfrentados por seus líderes. Longe de ser uma mera nota pessoal, esta carta contém princípios teológicos profundos sobre a importância da hospitalidade e do apoio aos missionários. Assim, o versículo 6, em particular, ressoa com a essência do amor cristão e da responsabilidade da Igreja em sustentar aqueles que proclamam o evangelho.

Portanto, para analisar a riqueza teológica contida em 3 João 6, mergulharemos em uma análise exegética detalhada: “Que em presença da igreja testificaram do teu amor; aos quais, se conduzires como é digno para com Deus, bem farás”. Nesse sentido, estudaremos o significado de “testificaram do teu amor“, investigaremos o imperativo “conduzires como é digno para com Deus” e analisaremos as implicações da promessa “bem farás“. Por conseguinte, este estudo busca revelar como a hospitalidade e o apoio missionário são expressões concretas da fé cristã e como a forma como tratamos os outros reflete nossa relação com Deus.

2. “TESTIFICARAM DO TEU AMOR”

A frase “testificaram do teu amor” implica que o amor de Gaio não era uma virtude oculta, mas sim uma realidade evidente, demonstrada em ações concretas. Assim, o verbo “testificar” (martyreō) sugere uma declaração pública e solene, enfatizando que o amor de Gaio era amplamente conhecido e reconhecido pela comunidade cristã. Além disso, esses irmãos itinerantes, ao visitarem outras igrejas, compartilhavam a história da generosidade e do amor prático de Gaio.

Teologicamente, essa declaração conecta-se com o mandamento de Jesus para que Seus discípulos amem uns aos outros (João 13:34-35) e com a ênfase de João sobre o amor como marca distintiva do cristão (1 João 3:14, 4:7-8). O amor de Gaio não era meramente um sentimento, mas uma ação que falava mais alto que as palavras. Dessa forma, sua hospitalidade, seu cuidado e seu apoio aos missionários eram um testemunho vivo do evangelho. Este amor autêntico era tão evidente que os irmãos se sentiam compelidos a testemunhar sobre ele, servindo como um poderoso testemunho para outras igrejas.

3. “CONDUZIRES COMO É DIGNO PARA COM DEUS”

A exortação “se conduzires como é digno para com Deus” contém um imperativo moral crucial. O verbo “conduzir” (propempo) significa “enviar adiante“, “ajudar na jornada“. Não se limita a simplesmente receber os missionários, mas implica em prover para suas necessidades e garantir que eles possam continuar seu trabalho com segurança e eficiência. Portanto, o adjetivo “digno” (axiōs) qualifica a maneira como essa condução deve ser feita: de uma forma que honre a Deus.

Tratar os missionários “como é digno para com Deus” significa reconhecer que eles são representantes de Cristo e que o serviço a eles é, em última análise, um serviço ao próprio Deus (Mateus 10:40-42). A ação de conduzir (propempsas) sugere provisão de recursos materiais e também um encorajamento espiritual, preparando-os para os desafios do ministério itinerante. É um chamado à generosidade e à consciência de que o apoio aos mensageiros de Deus é uma forma de participar ativamente na propagação do Reino. Paulo usa o mesmo termo em Romanos 15:24 e 1 Coríntios 16:6,11 para descrever uma assistência completa, incluindo recursos e oração.

A prática da hospitalidade permeia toda a Escritura. No Antigo Testamento, Abraão recebe os três mensageiros divinos (Gênesis 18:1-15) e Raabe acolhe os espias israelitas (Josué 2:1-24). No Novo Testamento, Jesus valoriza a hospitalidade (Mateus 10:40-42) e exorta seus discípulos a amarem uns aos outros (João 13:34-35). Os apóstolos incentivam a prática da hospitalidade (Romanos 12:13; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:8; Hebreus 13:2; 1 Pedro 4:9) e a consideram uma marca distintiva dos líderes cristãos.

4. “BEM FARÁS”

A promessa “bem farás” oferece uma garantia de que a hospitalidade e o apoio aos missionários são ações recompensadoras e agradáveis a Deus. A palavra “bem” (kalōs) não se refere apenas a um benefício material, mas sim a uma aprovação divina e a uma bênção espiritual. Ao praticar a hospitalidade e apoiar os missionários, Gaio não apenas estaria ajudando a obra de Deus, mas também experimentaria o favor e a alegria do Senhor.

Essa promessa ecoa o princípio da semeadura e da colheita (Gálatas 6:7-9). Ao semear generosidade e amor, Gaio colheria uma recompensa abundante tanto nesta vida quanto na eternidade. Além disso, ao apoiar os missionários, ele estaria investindo no avanço do evangelho e participando da expansão do Reino de Deus. O ato de abençoar os outros se torna uma fonte de bênção para o próprio benfeitor.

A prática de fazer o bem consta em toda a Escritura. Desde os mandamentos de Deus para cuidar dos pobres e necessitados (Deuteronômio 15:7-11) até os ensinamentos de Jesus sobre o amor ao próximo (Lucas 10:25-37), a Bíblia enfatiza a importância de praticar a bondade e a justiça. De fato, atos de bondade e justiça são vistos como um reflexo do caráter de Deus e como uma forma de glorificá-Lo perante o mundo. O Livro de Provérbios também fala da recompensa daqueles que praticam a justiça e a bondade (Provérbios 11:25, 19:17).

5. CONCLUSÃO

Em suma, a análise teológica e exegética de 3 João 6 revela a profundidade e a importância da hospitalidade e do apoio missionário na vida cristã. Ao “testificarem do teu amor“, os missionários itinerantes reconheceram a evidência do amor prático de Gaio. Ao “conduzires como é digno para com Deus“, Gaio é chamado a honrar a Deus através do serviço aos Seus mensageiros. E ao “bem farás“, Gaio é assegurado das bênçãos divinas que acompanham a obediência e o serviço.

Hospitalidade, exercida com sabedoria, reconhece a importância da prudência em nosso mundo. Por isso, antes de abrirmos nossos lares e corações, a consulta a pessoas próximas e de confiança, sobre aqueles que recebemos, é essencial para construir um ambiente seguro e acolhedor, fortalecendo os laços da comunidade.

Que este versículo nos inspire a examinar nossas próprias práticas de hospitalidade e apoio missionário. O amor que professamos é palpável, superando a barreira das palavras? Nossa dedicação no serviço reflete genuína reverência a Deus? Nossas vidas estão contribuindo ativamente para o progresso do evangelho e o crescimento do Reino?

Assim, que o exemplo de Gaio nos motive a viver uma vida de amor, generosidade e serviço, para a glória de Deus e para a bênção do mundo. Amém.

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  • Leia também: 3 João 1:5 Praticando a Fidelidade

2 comentários em “3 JOÃO 1.6 APRENDA A HONRAR A DEUS”

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